Está pergunta não esta sendo feita de maneira depreciativa, mas pare para pensar: o que você tem de diferente? O que você tem de bom? Quais são suas qualidades, virtudes, diferenciais? Qualquer habilidade ou virtude que você mencionar pode ser encontrada em maior abundância em alguma outra pessoa, logo, qual é o seu valor?
A melhor resposta provavelmente seria que seu valor esta na singularidade da combinação de todas as suas características, tanto as boas quanto as ruins. Mas é claro que você não vai sair por aí falando seus defeitos para seu público alvo, você vai concentrar seu marketing nos seus pontos fortes, deixar as pessoas perceberem os seus diferenciais subjetivamente e atrair atenção para poder atingir seus objetivo. Certo?
Talvez não. Expectativas moldam a maneira com a qual sentimos o mundo. Se suas expectativas são frustradas, você se entristece ou fica com raiva, se suas expectativas são satisfeitas, você fica feliz, e se suas expectativas são superadas, você fica maravilhado. Logo, fazer propaganda é criar expectativa, declarar-se como portador de certas virtudes e habilidades gera no outro uma expectativa que antes não existia, e quanto maior a expectativa, maiores as chances de decepção. Logo a propaganda atrai o nível de exigência do cliente que ela atrai.
Mas então a solução seria não fazer propaganda? Esconder virtudes e habilidades para não aumentar sem necessidade as expectativas alheias, ser omisso em relação ao lado positivo de suas experiências e seu nível de proficiência e maestria nas habilidades por você desenvolvidas? Mas se você o fizer, estará escondendo praticamente tudo aquilo que te faz único e especial. E se seus diferenciais não são visíveis, voltamos a primeira pergunta:
Por que alguém iria querer você.
Cria-se mais um dilema: por um lado, a propaganda subjetiva das qualidades afim de ser validado e amado simplesmente por aquilo que se tem de melhor e único, criando risco do desencanto ou do aumento exagerado de expectativas.
E por outro a omissão dos pontos positivos que seriam o único diferencial que justificaria a validação alheia, tão necessária para a manutenção do estado emocional.
Dilemas, dilemas...