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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Crocodilos


Imagine uma sociedade no início da era das trevas. Um adulto diz á uma criança: "não nade nesse rio, tem crocodilos".

Então a criança pensa: "Bem, só o fato dele ter falado não quer dizer que tenha. Preciso tirar isso a prova e nadar no rio..."
Ela óbviamente vai ser atacada por crocodilos (caso haja).

Mas se ela pensar: "Um adulto falou que lá tem crocodilos, melhor não ir"
Nada vai lhe acontecer. E essa criança vai crescer saudável porque acreditou nos pais.

É através desse mecanismo que por milhares de anos crianças foram programadas para acreditarem no que adultos dizem sem contestar, aceitarem o que lhes é dito como uma verdade. É uma questão de simples sobrevivência e evolução, as crianças que contestavam morriam mais fácil. Mas imagine que nessa mesma sociedade, essas crianças crescam e precisem buscar frutas em outro lugar por necessidade:

"Há muito tempo meus pais falaram que haviam crocodilos lá, mas precisamos de comida então vamos observar o rio só para saber."

Esses foram os homens que impulsionaram a evolução humana. Foram as pessoas que disseram "vamos tirar á prova." Foram os homens que falaram "precisamos mudar, melhorar nossa vida, como podemos fazer isso?" E não se bloquearam pelo pensamento de crocodilos no rio. Foram os homens que arriscaram suas vidas para progredir e melhorar a vida de todos e deles mesmos.

Mas crocodilos num rio, é algo fácil de se provar que existe ou não. Logo depois de uma rápida observação, estas pessoas chegariam a conclusão se seus pais estavam certos ou errados. E pronto, problema resolvido.

E quanto á Deus?

É bem provável que, se você é uma pessoa religiosa, você tenha a mesma religião dos seus pais. e mesmo que não tenha, sua religião chegou até você pelo mesmo processo que a história dos crocodilos. Mas já parou para pensar em tirar tudo isso á prova?

Algumas pessoas pensam que o simples fato de não podermos provar a existência ou a inexistência de algo faz com que as chances desta coisa existir ou não estejam em pé de igualdade: "ora, se não podemos provar que Deus não existe, nem que ele existe, então as chances de ele existirem são de 50%."

As chances de unicórnios rosas, duendes, gnomos, fadas e bichos-papões existirem não é de 50%. E isso não é diferente com nenhuma entidade espiritual religiosa. A ciência não pode provar a inexistência das coisas, não importa o que elas sejam, mas só isso não é um fator que faz com que aquilo tenha automaticamente 50% de chances de existir.

Voltemos ao exemplo dos crocodilos. Queremos saber se há crocodilos no lago ou não. Vamos até o lago mas não conseguimos vê-lo. Até agora as chaces são meio a meio. Mas então observamos a paisagem, o tipo de vegetação e vemos que não ha marcas de crocodilo no chão. Verificamos a profundidade do rio e vemos que ele é muito raso para que um crocodilo nade nele. Depois vemos que não há peixas e outros animais menores na área, sinal de que crocodilos não poderiam se alimentar ali.

Diante dessas evidências você ainda não pode dizer que não há crocodilos no rio, mas as chances de ter ou não já não são mais de 50%. Com todos essses dados reunidos, você já pode dizer que é bem provável que não haja crocodilos no rio. Problema resolvido, não?

Infelizmente não. Pois nem todas as pessoas na vila sabem analisar os dados que você analisou.

Chega uma pessoa e diz que viu uma pegada de crocodilo. Você vai até lá com ela mas a pegada não passa de um buraco torto qu não necessariamente é uma pegada. Mas aí é tarde todos na aldeia ficam atemorizados de novo com a idéia de um crocodilo por perto.

Outro chega e disse que viu um crocodilo passando na água, você vai, observa e vê um tronco, mas é tarde demais, a vila inteira já está acreditando que há crocodilos no rio.

Nesse ponto, qualquer sinal ou indicador que possa ser distorcido ou usado para se dizer que tem crocodilos no rio será usado. Pessoas inventarão histórias, lendas e contos. Qualquer pessoa que morrer perto do rio será dada como morta por crocodilos, mesmo que não tenha marcas de dentes. Qualquer pessoa qeu atravessar o rio a nado e voltar ilesa vai ser dada como um santo. Logo alguém inventa história sobre crocodilos gigantes e então surge mas pessoas que dizem haver um crocodilo-demônio, um espírito-crocodilo....

Daí pra frente você já sabe no que que dá.

É mais ou menos assim que todas as religiões do mundo perduraram. Se pendurando em excessões, distorcendo indicadores para que estes se encaixassem nas conclusões e fugindo para campos onde a ciência AINDA não podia ir. Apenas uma pequena porção de intelectuais e cinentistas sabiam analisar fator e usar lógica. Verdades prontas eram passadas de geração em geração e se renovando a cada vez que um novo dado surgia.

E você, o que sabe sobre crocodilos no rio?

Dilemas da paixão VIII


Um relacionamento é uma via de mão dupla. Sendo assim, se lavarmos em consideração que somos todos imperfeitos, sempre estaremos colhendo tanto felicidades quanto desgosto num relacionamento, certo?

Mas e se você, quando pequeno, desenvolve técnicas para evitar frustração e raiva? E se quando você era menor você tivesse decidido que fechar essa via é a melhor opção?

Todos nós passamos por experiências frustrantes, mas absorvemos elas de maneiras diferentes, alguns de nós devolvem para o mundo aquilo que nos amargurou, outros ficam indiferentes, e outros ficam mais humildes e sensíveis ás necessidades alheias. Mas todos nós temos algo em comum:

A via que bloqueamos é a mesma via pela qual doamos.

Estar sujeito á oscilações emocionais da pessoa que está no relacionamento com você é normal, estar indefeso contra sentimentos de ciúmes, apego e frustração é parte de um relacionamento entre seres humanos, mas as pessoas (principalmente os homens) não gostam de estar sujeitos á essas emoções e começam a construir barreiras para se proteger.

Essas barreiras começam a se erguer aos poucos, pessoas egoístas e pessoas que não se conhecem bem ajudam nas obras. Ao final da adolescência já temos uma base sólida da nossa defesa:

Se sofro porque me importo, melhor não me importar.

A indiferença vai infectando cada aspecto da postura da pessoa e a inércia toma conta do que antes era um troca de afetos. O antigo doador, agora indiferente, só oferece quando lhe é pedido. Pois a via por onde doava foi fechada para evitar que coisas ruins viessem ao seu encontro. Qualquer sinal de apego, ligação ou dependência é severamente vigiado e controlado. Um sistema de censura se instala na mente do indivíduo, nada muito romântico pode brotar, nenhuma relação profunda demais pode se estabelecer, pois qualquer movimento da "oposição" é indicador de golpe (o maior dos medos do "estado da superioridade"). Qualquer manifestação de sentimento é algo potencialmente ruim assim que nasce, algo provavelmente destrutivo.

Ser indiferente é uma barreira tão forte, tão grossa e tão eficiente que nada de ruim consegue entrar, mas nada de bom consegue sair. Você corta o sentimento pela raíz, o ciúme, o ódio, o apego e paixão congelam todos juntos e não dão mais frutos seja lá eles quais forem. Você está protegido e seguro, mas á que preço?

Você não pode pedir para o outro mudar por você, isso seria egoísmo.
Você não pode punir o outro por não atingir suas expectativas, isso seria mais egoísta ainda.
Você não pode perdoar todas as falhas e ficar calado, pois se não quem sofre é você.

Como então fiscalizar a via sem bloqueá-la? Como cuidar do relacionamento de maneira saudável sem ter que impor uma ditadura sentimental para si mesmo, onde nada que se pareça com um sentimento pode ser expresso? Como lidar com a dor sem causar mais dor? Como não criar um ciclo vicioso?

Bem vindo a mais um dilema da paixão.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Marketing pessoal feminino

Se você é mulher, você com certeza gasta, NO MÌNIMO 300 reais mensais com sua aparência, incluindo roupas, cosméticos, acessórios, salão de beleza e revistas que contenham informações sobre tais itens e serviços. Você com certeza se arruma minimamente para sair na rua e sabe se produzir para ir á uma festa ou evento de razável importância. Sem sombra de dúvidas, você sabe caprichar quando precisa.

A aparência é o maior marketing que a mulher pode fazer de si mesma. Pois por razões evolutivas, o homem é um ser mais estimulado visualmente do que ela e tanto homens quanto mulheres sabem disso. Todos os homens que atingem uma certa idade sabem muito bem quas as fotos que vemos no orkut não são vocês mulheres em sua melhor forma. Com certeza quando acordam de manhã estão com bafo e olheiras, mas isto é ser humano. Nenhum homem maduro ignora o fato de que a maquiagem é um truque de marketing, é uma ferramentas para atrair o público alvo.

Assim como em todo o mercado há boas e más marketeiras.

Existem pessoas extremamente hábeis e criativas, que conseguem fazer um produto parecer muito melhor do que ele é numa propaganda, e outras são tão inéptas que conseguem fazer até o contrário. Hoje, na era da informática, isso é feito principalmente pelas redes sociais e bate-papos. As ferramentas para se construir uma auto-imagem são vastas, mas mesmo assim as pessoas estão cometendo os mesmos erros de antes.

Se você sabe que seu público alvo gosta de habúrgeres, você não vai investir em lasagna, se você quer abrir uma loja no alasca, esqueça os biquinis. Conhecer seu público alvo é o primeiro passo para a boa propaganda, se você não sabe agradar seu público, vais ficar se perguntando porque seus negócios não vão bem e tendo prejuízo de novo e de novo. Mulheres entram em comunidades como dizendo o quanto ela gosta de baladas, bebidas e o quanto não liga para opinião alheia por que se acha a última coca do deserto. Depois reclama que homens não prestam e que ninguém quer namoro sério. Essa mesma menina sai de casa com uma saia de um palmo rebolando até econstar no chão, ou em outra coisa...

Não é só isso que faz com que as mulheres não saibam fazer uma boa auto-propaganda, pois a lei da oferta e demanda está em desequiíbrio, mulheres satisfazem suas necessidades emocionais de uma maneira mais versátil que o homem, e são emocionalmente mais resistentes, some isso á sua fácil vida social e você terá marketeiras desleixadas reclamando do mau andamento dos negócios. O problema aí é que elas, além de não conhecerem o público alvo, não conhecem nem o próprio produto que estão vendendo. Aí o erro é dez vezes pior. Quem agnora as próprias necessidades emocionais está fadado á frustração. A primeira das mentiras, é aquela que a mulher conta para si mesma, e se ela se convence, ninguém consegue convencê-la do contrário.

Parte disso é culpa nossa, homens, que somos mal consumidores, que valorizamos quantidade ao invés de qualidade, estimulando esse mercado com promoção de mais e qualidade de menos. Mas mesmo assim, o marketing pessoal feminino se limita á curto prazo. Elas costumam ser um desastre quando o assunto é longo prazo. Não fazem a mínima idéia do que um homem procura, não tem noção de como agradá-lo, de qual o seu espaço, do que ele precisa e do que ele não precisa. Marketing não é só ter um produto com uma cara boa, mas sim mostrar que sua empresa atende bem, que auxiliará o cliente em caso de necessidade. Que tem uma ouvidoria eficiente e resolve problemas e melhora com eles. Vender é fácil, resolver problemas pós-compra é que vai mostrar até onde vai sua competência.

Mas como a grande maioria das mulheres supre suas necessidades emocionais com os "steps", deixando homens que não tem amor próprio ou força de molho para caso de emergência, se vêem presas na limitação de suas próprias deficiências. Outras se deixam levar por comédias românticas hollywoodianas e acham que um deus grego virá para lhes resgatar de um mundo corrompido em que ela se perdeu, e perdem a noção de competitividade, perdendo, assim sua visibilidade no mercado. Assim, temos bons produtos desconhecidos e grandes marcas que não valem nada. E a selva que o mercado cria é agressiva e cruel. A mulher sacrifica, não só dinheiro e tempo em prol disso, mas também conforto e saúde. O que não é necessário.
A falha no marketing vem das faltas.
Falta muita coisa tanto para o produto, quanto para a propaganda dele. O mundo feminino virou uma máquina capitalista complexa, neurótica, agressiva e vazia. E as mulheres estão seguindo o exemplo...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tato social

Se você tem carteira de habilitação, deve se lembrar da definição de direção defensiva. Mas vou dar um exemplo caso não se lembre.

Você está num cruzamento e o sinal está verde para você, ao passar por ele um carro que furou o sinal vermelho bate no seu. A culpa é dele, certo?
Certo.
Mas você poderia ter evitado o acidente se tivesse reduzido a velocidade e olhado para a outra pista certo?
Certo.
Mesmo que a lei esteja a seu favor, você poderia ter feito algo para que aquilo não acontecesse, dirigir de modo a evitar acidentes significa contar com os possíveis erros alheios. A pessoa será obrigada a lhe pagar, mas ela pode não ter dinheiro ou querer brigar na justiça, de qualquer modo, o simples fato de você estar certo não vai tirar o stress do processo em que você se meteu.

Na vida social é mais ou menos assim.

O tato social é como a direção defensiva. Você não pode simplesmente levar em consideração essa filosofia de preto no branco, errado ou certo. Existem coisas que podem ser evitadas apenas com um pouco mais de cuidado, mesmo que elas não sejam de responsabilidade sua, você pode fazer sua parte para que sua relação com os outros não seja danosa.
Imagine um carro vindo na contra-mão em direção ao seu, você não pensa: "dane-se, eu tô certo. Se bater a culpa é dele." Você obviamente não vai pensar que sair da pista é obrigação dele, e não sua. Simplesmente poque você não pode contar com a prudência alheia cegamente.

Quando lidamos com as outras pessoas cometemos esse erro de "não sair da pista". Por orgulho, teimosia, imaturidade ou soberba, muitas vezes nos encontramos em situações onde o conflito é danoso para ambas as partes, mas como enxergamos só nossos direitos, achamos que o melhor é nos agarrarmos á nossa posição e lutar sem ceder.

Muitas brigas, discussões e aborrecimentos podem ser poupados ao adotar o tato social. Faça o teste do tato social e veja se você o tem.

1.Você e um amigo combinam de se encontrar, mas ele se esquece de te ligar e você acaba esperando inutilmente por um tempo antes de sair. Quando você finalmente encontra com ele, você:

A) Reclama, enfatizando o número de minutos que você esperou e fica mau-humorado durante um tempo, não se esquecendo de jogar na cara do amigo esse incidente em outras ocasiões e comentar com terceiros sobre sua ira.
B) Fica um pouco aborrecido e chega a comentar com o amigo, mas depois de uma hora você já esqueceu.
C) Faz uma piada ou um comentário sarcástico, e só.
D) Apenas o cumprimenta e age como se nada tivesse acontecido.

Se você respondeu D, é uma pessoa de tato exemplar, C está chegando lá, B é onde a maioria das pessoas está e A são as pessoas sem tato. A vida é cheia de situações assim, onde o deslize alheio parece justificar nossa raiva, mas as pessoas mais populares e adoradas, são justamente aquealas com tato social. Os cinco mandamentos do tato social são:

1.NUNCA critique.
2.Não fale de si mesmo a não ser que lhe perguntem.
3.Demonstre interesse pelo que os outros dizem e fazem.
4.Não aja como se as pessoas fossem obrigadas a lhe dar atenção ou consideração.
5.Elogie, sempre que possível, dizendo o porquê dos elogios.

São só cinco e são simples de se resumir, mas seguí-las é um desafio enorme, que exige prática.

Pratique.