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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Metáfora XIX

A gripe é, como todos sabem, um vírus para o qual não há cura, logo, você pode até tomar vacinas que evitem que você pegue certas variações do vírus, porém, mais cedo ou mais tarde você vai ficar gripado devido a uma mutação nova dele. Ele é um inimigo multifacetado, contra o qual não há defesa definitiva.

Ao longo da sua vida, você com certeza vai ficar gripado várias vezes, isso é inevitável. Suas precauções como não sair sem agasalho no tempo frio ou se alimentar bem apenas diminuem as chances de isso acontecer, mas não as anulam. Ficar gripado é certo como o sol da manhã.

Então para que servem os remédios para gripe?

Bem, quando dizemos remédio para gripe, estamos apenas usando uma equivocada força de expressão, pois não há remédio para gripe, há remédios para os SINTOMAS da gripe. Anti-térmico serve para baixar a temperatura corporal que se eleva por causa da febre, analgésico é para aliviar as dores corporais, chás com própolis e mel servem para a garganta irritada, mas veja bem, nada disso é a gripe em si, o vírus continua lá, são seus anticorpos que estão fazendo o trabalho. Todos esses remédios só servem para aliviar o seu sofrimento enquanto isso o vírus é naturalmente combatido ao passar do tempo.

Então vejamos: não há nada que se possa fazer para curar a gripe, seus anticorpos irão fazer isso, então sua cura é uma mera questão de tempo. Tudo que você pode fazer é procurar remédios para aliviar o sofrimento trazido pela doença nesse período de de tempo.

Mas e os orgulhosos que não querem tomar remédios? E quanto aqueles que se acham muito virtuosos ao negarem os medicamentos que aliviarão seu sofrimento? Eles são realmente mais fortes que os outros por contarem apenas com sua própria força interior, dando boas vindas ao sofrimento que vai supostamente lhes deixar mais fortes? Ou serão eles tolos que correm o risco de desenvolver doenças mais graves ou simplesmente expõem a si mesmo á um sofrimento desnecessário?

O quão louvável é encarar sofrimento de frente? O quão desprezível é ser incapaz de fazê-lo sem a ajuda dos remédios? Qual o tamanho da dor aceitável, aquela que todos deveriam suportar? E qual é aquela que nos dá sinal verde para demonstrar fraqueza? Qual o peso do fardo que todos nós reconhecemos que sempre será grande demais...

...para ser carregado em silêncio?

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