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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Camadas


Ser você mesmo não é tarefa fácil, pois o homem é um animal social e na convivência em sociedade existem regras que quase nunca te deixam totalmente livre. Não existe só um "você" existe aquela pessoa que os outros querem que você seja, existe aquela pessoa que você quer ser e só depois vem "você". Sua verdadeira identidade está escondida atrás de camadas muito bem trabalhadas de restrições sociais e expectativas, tanto suas quanto alheias. São como uma armadura, que até que se assemelha com o corpo que protege, mas difere nos detalhes e no material.

Viver em sociedade significa seguir essas regras e usar essas máscaras. Mas já se perguntou por quê? Nós temos que tomar cuidado para que aquilo que somos não atrapalhe nem machuque as outras pessoas, pois não gostaríamos que o mesmo acontecesse conosco. Então a única utilidade dessas máscaras é a prevenção de dano. Logo, chegamos á uma conclusão óbvia, mas que ninguém parece ver: não é necessária nenhuma máscara quando não há dano em potencial.

Logo, porque você esconderia sentimentos bons, elogios e positividade?

E a resposta é: por medo.

Medo de quê, se essas coisas só fazem bem?

Medo de não ser correspondido, agora a prevenção de danos está trabalhando contra você. Prevenir dano nos outros é quase sempre um cálculo simples, mas prevenir o dano em si mesmo pode acabar sendo um tiro no pé. E é então que voltamos á uma outra questão: por que o medo?

Medo de ter expectativas frustradas, medo de ser injustiçado. Mas lembre-se, expectativa é você quem cria, justiça é você quem faz. Se você faz algo apenas para acumular pontos positivos, faz favores apenas para recebê-los de volta, dá apenas para cobrar, você está apenas provando o quão insinceras são suas tentativas de agradar os outros, logo você não está sendo você mesmo, você está sendo a pessoa que você precisa ser para ter o que você quer.

A diferença, na maioria das vezes é microscópica. Mas há momentos na vida em que podemos ver essa fina linha mais de perto e contemplar quem realmente somos, e essa é uma visão que faz bem ter de vez em quando, pois normalmente nos esquecemos disso. Nos esquecemos de quem somos de tanto corrermos atrás daquilo que, muitas vezes, nunca seremos.

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