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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Transformação


Muitas vezes olho para meus problemas e não sei ao certo se estou evoluindo e aprendendo a me aceitar como sou ou se estou fechando os olhos para uma realidade que não quero ver e me estagnando num estado de negação. Não sei ao certo se estou mostrando sabedoria ao aceitar certas coisas, ou mostrando fraqueza por não tentar mudá-las.

Difícil definir onde termina a tolerância e onde começa a fraqueza, você aceita por ser forte ou por ser fraco? Certas adversidades aparecem tantas vezes seguidas, ou perduram por um tempo tão grande que você começa a se perguntar se o destino está tentando abrir os olhos para algo que você tem que mudar ou se está tentando fazer você se acostumar com algo que não mudará, para então seguir em frente. Algumas vezes o sofrimento longo ou repetitivo parece transmitir muitas mensagens, parte de nós grita por mudança, parte de nós que simplesmente transcender e se transformar em algo novo, mas como podemos ter certeza que essa mudança é saudável, como ter certeza que só estamos mudando para agradas outros? Como podemos ter certeza de que o custo-benefício da mudança ira ser positivo?

Outra parte de nós pede calmamente para deixar tudo como está, diz para ter paciência, pois tudo se ajeitará. Diz que é assim que as coisas são e que é melhor poupar sofrimento e aceitar sua condição. Mas como saber se isso não é comodismo, como ter certeza de que essas coisas são realmente insuperáveis? Como saber se não estamos realmente a um passo de uma transformação?

O modo como vemos o mundo é uma eterna dualidade, estaremos lutando contra o imutável? Tentando nos misturar numa sociedade com a qual não concordamos e agradar pessoas de quem não gostamos?

Ou estaremos aceitando o inaceitável, parados concordando com aquilo que discordamos pelo medo de sermos diferentes?

Quando a luta vale ou não a pena?

Você nunca sabe se está na fase da negação ou na fase da aceitação, pois as coisas que você aceita e toma como certas podem muito bem ser na verdade coisas que você precisa mudar e superar, mas nega para si mesmo dizendo: é assim que sou, ou é assim que as coisas são. Nesse caso, você se condena por preguiça e fraqueza a não evoluir.

Assim como as coisas contra as quais você luta ou tenta mudar podem muito bem ser verdades que você tem que aprender a aceitar, mas você teima dizendo: eu vou mudar, ou eu vou mudar isso. Nesse caso você irá despender esforço e stress inútil por tempo indeterminado, pois está lutando uma batalha perdida.

Estaremos tentando mover uma pedra que não pode ser movida? Ou estaremos desistindo de movê-la por superestimar seu peso? E se estamos no meio termo, onde algumas verdades estão lá e outras estão cá, quais são elas? Quais são as partes de você que você tem que aceitar e quais as que você tem que mudar? E o mais importante, esse julgamento foi feito por você, ou pela maneira que as pessoas te observavam?

Somos metamorfoses ambulantes sim, mas há três perguntas que toda pessoa deveria fazer a si mesma:

Como estou me transformando?
Por que estou me transformando?

E a mais importante:

NO QUÊ eu estou me transformando?

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