Tudo que você sabe hoje na vida, todos os comportamentos que você tem e os conceitos que você formou, foram eles que te ensinaram. O seu jeito de pensar, seu jeito de julgar, seu jeito de ver o mundo foi repassado por eles, onipresentes na sua vida. Não foram os discursos, sermões ou conversas. Não foram os castigos, premiações ou punições em si. Não, todas essas coisas são inúteis sem uma peça chave, aquela que realmente estimula mudanças, aquela que realmente constrói e destrói qualquer coisa na sua vida.
Sentimentos.
Pense bem, a vida se resume em duas coisas: minimizar sofrimento e maximizar felicidade. Logo não há uma única ação feita na sua vida que não tenha, no fundo, servido á estes dois propósitos. Mesmo ações aparentemente altruístas estão te fazendo feliz através do sentimento de empatia que você tem para com o beneficiado pela sua ação. E até as ações auto-destrutivas são na verdade vistas como um alívio de algum outro tipo de dor ou sofrimento experimentado pelas pessoa as praticam. No fim, você sempre é movido por sentimento.
Se você não sentiu, você não aprendeu. No final é assim, é a sua capacidade de aplicar empatia nas suas relações que vai mostrar o quão evoluído você é como pessoa. Como já dizia uma velha frase: As pessoas não vão se lembrar do que você disse ou do que você fez, mas como você as fez sentir. Palavras e ações são apenas rótulos, algumas vezes enganosos, daquilo que realmente importa nas nossas vidas, nossos sentimentos.
E lembre-se sentir não necessáriamente está ligado a vivenciar. Você não precisa viver uma situação para saber como se sente uma pessoa que passou por ela, não. Para isso existe a empatia, é a capacidade de procurar situações similares e fazer paralelos para entender os outros melhor. Se você perdeu um objeto valioso e se sente triste, eu não preciso ter perdido um mesmo objeto na mesma situação, basta que eu seja capaz de reproduzir o sentimento de perder algo de valor e pronto, eu me coloquei no seu lugar, e a partir do momento em que isso acontece, vou olhar com outros olhos para as pessoas que perdem coisas de valor, vou ter mais tolerância com elas, mais paciências com elas, vou tentar ajudá-las sempre que possível, pois eu consegui sentir o que elas sentem.
Se você não é capaz de reproduzir o sentimento, você não é capaz de aplicar empatia, e sem empatia, você nunca vai entender as pessoas de verdade. Pois no fundo o que conta são eles, no fundo quem constrói suas experiências são eles, os sentimentos. Não é sua ética, não é aquilo que você acredita ser bom ou ruim, é aquilo que você SENTE como bom ou ruim. Muitas vezes você acha que assimilou uma experiência, acha que está seguindo um conceito, mas na verdade está sendo guiado por sentimentos sem nem saber, sendo hipócrita toda vez que uma força contradiz a outra.
É assim que a maturidade vem, pois estes professores são implacáveis na hora de te ensinar. Não há como escapar deles, não há como negá-los, eles vão vir, e se você tentar distorcer ou ignorar seus ensinamentos, você estará apenas se condenando á repetência, pois na escola da vida, cada lição não assimilada vai voltar mais cedo ou mais tarde para te assombrar com mais força, mais intensidade, pois esses professores nunca esquecem, e sempre estão lá com você, segurando seu calcanhar de Aquiles prontos para testar sua resistência.
A cada vez que você falha ao aplicar empatia, uma punição lhe aguarda no futuro, alguma irônica situação vai chegar de fininho e te acertar em cheio mais uma vez para ver se você aprende. E quem não enxerga isso está preso no pior dos ciclos viciosos, está preso pela própria ignorância num estado de inércia emocional, onde os mesmos problemas tendem a se repetir indefinidamente.
Eles não dão ponto de graça, não facilitam para quem tem dificuldade e nem premiam os que tem facilidade. Apenas ensinam, e ensinam bem, você a viver sua vida.
O fato de muitas pessoas terem como verdades imutáveis os conceitos construídos por elas ao longo da vida as distanciam de conseguir se alinhar com as individualidades alheias, o que faz com que elas, em muitos casos, tentem forçar o outro a se enquadrar no conceito delas, ao invés de tentarem sair da própria dimensão (muitas vezes recheada de percepções próprias) e se ver refletido na dimensão do outro. Isso causa uma frustração para ambos os lados, e pior, com o tempo muitas dessas "verdades" são desconstruídas por meio de experiências dolorosas, mas que por outro lado, acabam por fazer esse indivíduo se tornar flexível diante da situação alheia e passar a sentir com mais clareza as necessidades daquela pessoa. Isso com certeza nos torna mais humanos e mais aptos no auxílio ao próximo.
ResponderExcluirAdorei o post =)
Sim, concordo plenamente. Sentir com mais clareza é justamente o processo que chamamos de amadurecimento! Obrigado pelo comentário inteligente.
ResponderExcluiradorei o texto, muito bom como sempre!
ResponderExcluirdepois gostaria de conversar com vc sobre o layout do seu blog =]