Nunca dei real valor, até o dia em que percebi que a havia perdido. Nunca notei a magnitude de tudo aquilo que ela representava em minha vida até o momento em que sua ausência me acertou em cheio.
Sabia que era bom, mas não sabia o quanto.
Sabia que era única, mas não sabia o porquê.
Sabia que um dia ela iria embora, mas não sabia que seria sem eu perceber.
Eu pensava que um tudo acabaria da noite para o dia. Pensava que um dia, em meio a uma crise, ela simplesmente me abandonaria. Mas não foi assim, ela foi me deixando aos poucos, e eu fui deixando ela aos poucos. Estávamos caminhando para mundos diferentes, gradualmente nos distanciando enquanto o tempo passava.
Não sei se ela mudou, mas tenho certeza que eu mudei. Talvez tenha sido isso, eu passei a vê-la com outros olhos, ela já não era mais a mesma para mim. Não que ela não fosse boa o suficiente, é só que não era para mim. Não sabia explicar, e ainda acho que até hoje não sei.
Hoje quando eu penso nela, não sei exatamente o que sentir. Uma mistura estranha de pesar com nostalgia me invade. Hora eu sinto saudade, hora eu fico feliz por ter seguido em frente. Se pudéssemos apenas ter conciliado as duas coisas, mas o tempo me arrastou para um mundo diferente do dela. E as vezes eu sinto que foi contra a minha vontade.
Nunca consigo um veredicto em relação a nossa separação. Fico pensando como seria se o fim não tivesse chegado. Seria estranho, não seria mais natural, não seria "eu" e não seria "ela". Mas isso acontece com todos nós, temos que continuar a vida e prosseguir, pois cada fase é uma fase.
Mas não posso negar a falta que ela me faz,
Não posso negar que foi uma época maravilhosa,
Não posso negar que até hoje sonho com ela,
Ela, alvo de sonhos e suspiros,
Ela, berço de traumas e alegrias,
Ela, ...
... a minha infância.
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