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segunda-feira, 31 de maio de 2010

A nossa parte nisso tudo


Muitas vezes fico indignado com a injustiça feminina acerca dos nossos sentimentos. Vejo homens honestos, bons e sinceros serem pisoteados e usados para atender ao supérfulo desejo feminino de se sentir adorada como uma deusa pelo maior número de homens possíveis. Vejo canalhas e jogadores se darem bem e se envolverem com um número assombroso de mulheres enquanto muitos dos homens chupam o dedo choramingando a derrota.

Mas apesar de me enfezar muito com incoerências femininas e já ter lido bastante a respeito, hei de concordar que nós temos a nossa parcela de culpa nisso tudo. No texto "nós e elas" eu recebi um comentário que me botou para pensar um pouco sobre um assunto que não havia explorado da maneira certa:

E a nossa parte nisso tudo?

Afinal homens não são todos santos e não posso simplesmente dizer que os que não são foram todos estragados por mulheres desonestas. Então, resolvi deixar meu pensamento tendencioso de lado para melhor explorar a nossa culpa, nossa parcela de responsabilidade sobre a situação atual do mundo quando se trata de relacionamentos.

Desde pequenos quando as meninas estão construindo sua auto-imagem e os meninos construindo lego, há uma diferança de interesses. As meninas parecem amadurecer mais rápido e tentar entender suas próprias emoções mais cedo do que nós. Talvez por isso nossa adolescência seja tão tempestuosa, somos um pouco ignorantes acerca daquilo que queremos. Mais a frente uma guerra de egos começa, e ninguém sabe exatamente quem começa, mas todos continuam.

Vejo em muitos blogs masculinistas que mulheres são instaveis, excessivamente sentimentais, não se entendem direito e não sabem lidar com as próprias emoções.

Mas talvez nós sejamos assim também. O homem que despreza o sentimento alheio e age por conveniência não se entende muito bem. A pessoa que desconta em inocentes a raiva causada pelos culpados não é lá uma pessoa muito sensata. Os muitos jogadores, canalhas e cafajestes que existem hoje não estão jogando só com outras jogadoras canalhas, mas também com mulheres inocentes, pré-dispostas a sonhar, a se apaixonar e consequentemente, a se machucar.

Traumas passados podem até fazer você se paralisar, ou perder oportunidades, mas repetir seus traumas nos outros por vingança e remorso é completamente imoral. E como homens gostam de comandar, de se sentirem dominantes e poderosos, gostam de se sentirem destacados e fortes, aproveitam situações de fraqueza emocional para criarem seu "rebanho" de escravas sentimentais.

Muitas mulheres maravilhosas perdem a fé nos bons homens porque as vezes até os bons estão mirando no lugar errado. Ás vezes até os bons homens ouvem maus conselhos e fazem besteiras, como tentar jogar numa situação onde a naturalidade seria mais apropriada.

Muitas mulheres que seriam potenciais "princesinhas", desistem e querem ser a "mulher fatal" que intimida, que é indomável e imprevisível, que pisa nos menores e se apoia nos maiores, mas isso acontece por causa de canalhas que falam "eu te amo" só para amolecer seus corações, jogadores inescrupulosos que mentem deliberadamente apenas para conseguir sexo.

A frustração de expectativas deve ser avassaladora numa mulher que passa por isso. Se nós, homens, já sofremos com o método de ensino da vida, imagine elas, que são regidas por emoções, que costumam idealizar casamentos, filhos e vida a dois muito mais do que muitos de nós?

Realmente, estamos pensando muito com a cabeça de baixo e deixando nossos instintos nos guiarem, passando por cima das necessidades emocionais de muitas delas. Se um homem quer só sexo, deve procurar uma mulher que queira a mesma coisa. Se o relacionamento é superficial e ele esta na fase de "curtição" ele tem a OBRIGAÇÃO de comunicar isso caso perceba a criação de expectativas do outro lado. (e caso não perceba também, só por precaução).

Todos nós já destruimos alguém ao longo da vida. Todos nós já matamos uma potencial princesa, todos nós já estragamos uma potencial "mulher pra casar", todos nós já pisoteamos os sentimentos de alguém que simplesmente queria o nosso bem, nada mais. Já fizemos desfeita para amores puramente altruístas, apenas por que não nos era conveniente no momento. É muito egoísmo da nossa parte mesmo.

E nessa batalha onde todos só se machucam, eu me pergunto: haverá paz um dia?

Ou estamos fadados a nos esfaquear incessantemente na luta pela dominação sentimental?

A vida vai nos endurecer cada vez mais, nos deixando mais e mais egoístas e insensíveis?

Ou encontraremos uma pessoa com quem não precisaremos mais jogar, não precisaremos mais batalhar?

Fica aí a reflexão...

2 comentários:

  1. Achei muito interessante seu texto, você leva jeito para escrever, tem boa opinião.Por que não escreveu ainda algo sobre política? Há muitos problemas a serem colocados em pauta, por exemplo, o motivo das desigualdades. Fica uma dica e um grande abraço.:]

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  2. Muito obrigado!
    Não sei se entendo o suficiente de política para escrever um texto bom, mas vou aproveitar que estudei esse assunto em filosofia recentemente e tentar produzir algo. ^_^

    Abraços!

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