A auto-imagem feminina é formada desde a infância e ao fim da adolescência ela geralmente já está consolidada. Ela governa o mundo feminino, é ela que impulsiona as imensuráveis quantias de dinheiro gastos no mundo todo com cirurgias plásticas, maquiagem, cosméticos, tratamentos de beleza e roupas. É esta auto-imagem que está enraizada nelas que as faz irem da euforia á depressão apenas por causa de uma rejeição. É o que as faz serem absurdamente competitivas.
Desde a pré adolescência, a menina vai notando os pedidos de namoro, as investidas e o tanto de atenção que recebe dos meninos. Logo, ela compara o interesse que os meninos tem nela com o interesse que eles tem nas suas amigas e nas meninas que fazem parte do seu círculo social.
Na adolescência essa comparação é feita de maneira superlativa, pois vem acompanhada de mudanças hormonais e contradições emocionais violentas.
Logo a adolescente já tem uma noção do quão bonita ela é em relação ás outras meninas e começa a ter seu caráter fortemente influenciado por isso. Normalmente, se ela é muito bonita, é assediada constantemente, recebe muitas propostas e tem um leque de opções enorme. Como foi mostrado no documentário ciência do sex appeal da Discovery, nós procuramos o melhor que podemos conseguir, se a menina sabe que tem muitas opções, vai ser mais seletiva, ou seja, na visão dos homens, uma menina difícil. Uma menina assim está muito mais propensa á ser vítima do próprio ego, pois sabe que sua beleza é uma arma poderosa e acaba contando muito com ela, se esquecendo de desenvolver outras qualidades, é assim que nascem as fúteis, burrinhas e todas as meninas "bonitas por fora e vazias por dentro." Estas meninas também costumam ter um senso de compaixão menor em relação aos seus pretendentes, assim como um senso de superioridade que as acompanha sempre que estão na presença de meninas que julgam serem menos bonitas que elas.
Se a menina for muito feia, sua auto estima será extremamente baixa e ela provavelmente será muito mais suscetível á "armadilhas sentimentais", críticas de outras mulheres e pressão social por um corpo e um rosto perfeitos, acabam sendo alvos fáceis de depressão e oscilações sentimentais violentas. Mulheres assim costumam também desenvolver um senso natural de humildade sentimental, pois, ao que tudo indica, sabem que na disputa por um homem estão em "desvantagem" em relação as mais bonitas, então acabam sendo menos seletivas e exigentes em relação aos seus pretendentes. Meninas assim também tem grandes chances de desenvolver outras qualidades e talentos por não poderem contar com sua beleza, além de serem mais capazes de sentirem mais compaixão e perceber sofrimento alheio que suas rivais mais bonitas.
Porém, a grande maioria das mulheres não é nem muito feia, nem muito bonita. É normal, ou seja, os efeitos da auto-imagem nela são geralmente normais também, tendendo ás vezes para um lado, as vezes para o outro. A esmagadora maioria da comunidade feminina é razoalvemente bonita e, se bem produzida, é atraente e tem perfeitas condições de atrair um homem igualmente bom para si. Esse tipo de mulher, quando menina, percebeu que não tinha grandes desvantagens em relação as suas competidoras. É levemente sensível ás pressões sociais, mas reconhece sua própria beleza. Tem seus talentos, é razoavelmente inteligente ou bem informada, mantém sua auto-estima num nível emocionalmente saudável, longe da depressão e do suicídio. Mas não se sentem totalmente realizadas ou completas e sempre acham que poderiam ficar mais bonitas.
Por isso a combinação de beleza exterior e valor interior é tão rara. Porque se a mulher é dotada de muita beleza, estará mais propícia a não desenvolver outras qualidades, pois saberá que sua beleza por si só basta para atrair um número bom de homens para que ela tenha muitas opções. Se a mulher é bonita, e consegue vencer essa pré-disposição, torna-se o objeto de desejo e veneração de qualquer homem de valor. A mulher perfeita: bonita, inteligente, talentosa e com valores inquestionáveis.
O curioso é que toda a mulher sabe sua posição na hierarquia de belza social. Podem até dizer um padrão mais alto (o que é raro), ou serem humildes e dizer um mais baixo (muito comum). Mas inconscientemente, todas as mulheres sabem o quão bonitas e o quão desejadas são em relação á maioria das mulheres. Pois isso é um processo natural e inconsciente que acontece com todas elas. As que estão acima da média estão mais propensas á serem vítimas do próprio ego e as que estiverem abaixo da média estão mais propensas a serem vítimas da sociedade (que se reflete no ego indiretamente).
Como todas sabem sua posição, a competitividade deveria parar não? Como a hierarquia está definida, mulheres não são competitivas certo? Errado. Apesar das mulheres geralmente estarem cientes de quando uma outra meulher é mais bonita ou mais feia que elas, existem os muitos casos em que a diferença é pequena ou subjetiva demais para fazer diferença para o publico alvo, que são os homens. Então, quando uma mulher chama mais atenção que as outras num recinto, estas irão tentar chamar mais atenção que ela ou até ridicularizá-la, dependendo do quanto elas estão suscetíveis ao ego e ao orgulho. Para uma uma mulher orgulhosa, ver outra mulher que ela considera menos atraente se destacar mais num grupo é quase como uma ofensa direta á sua beleza.
Atacar ou prejudicar a auto-imagem feminina é um golpe baixo, todo o estado emocional da mulher se baseia na auto-imagem. Se algo fizer com que uma mulher se sinta menos bonita, menos desejada e menos especial, com certeza isso levará a mulher a um estado de tristeza, malancolia e até ódio. Quanto mais suscetível a auto-imagem uma mulher for, mais desprotegida estará ás ameaças ao seu ego. Por isso, a falta de orgulho e a humildade são escudos protetores para mulheres, eles a tornam imunes a jogos sentimentais, manipulações de cafajestes que só querem sexo e "filtram" os homens por caráter.
A mulher que, ao longo da adolescência, agrega sua auto-imagem á valores éticos e morais, talentos alternativos que ela venha a desenvolver ou inteligência, transcende as barreiras primárias do próprio ego e cria uma peneira para relacionamentos, se protegendo e se tornando uma mulher de valor. Suas qualidades serão uma base muito mais sólida para sua auto-imagem, pois não se acorda num dia menos inteligente, menos talentosa ou menos culta que no dia anterior. Mas pode acontecer de se acordar mais feia do que se estava na festa do dia anterior.
Como valores, talentos e inteligência são subjetivos, são uma garantia de estabilidade emocional, se medir por eles ela terá garantia de uma vida mais feliz, plena e com mais realizações do que se ela se preocupar apenas com o quão bonita ela está ou se há outras mulheres chamando mais atenção que ela numa certa situação.
A verdade é que a maioria das mulheres veste roupas curtas e provocantes, capricha na maquiagem e perfumes para ganhar uma vantagem nessa competição por destaque e atenção. Nenhuma mulher se arruma para si mesma, pois isso é, por definição, sem sentido. Se uma mulher realmente não liga para aprovação ou desaprovação externa, não se importará também com sua aparência, não a ponto de ser desleixada e faltar com a higiene pessoal, mas a ponto de saber ser elegante sem exageros, saber explorar sua própria beleza dentro dos limites do bom-gosto. Querer estar bonita demias apenas para si mesmo se chama narcisismo, e quando uma pessoa fica obcecada por si mesma, é hora de chamar ajuda médica. Se uma pessoa é obcecada por aceitação externa ela é mimada, dependente e provavelmente pouco culta. Em ambos os casos, percebemos que a preocupação com a aparência em demasia só demonstra fraqueza emocional. A indiferença é a bandeira da superioridade, se uma mulher está acima dos conceitos de beleza, isso se demonstrará em suas ações.
A preocupação de aparecer mal-produzida em público, de não estar vestida adequadamente ou de não estar com roupas novas é um reflexo da supérfula necessidade feminina de se manter bonita, ataente e desejável, ou seja, com vantagem para atrair homens e se destacar na hierarquia feminina. Raras são as vezes em que uma mulher consegue ser bonita de maneira natural e discreta.
O último e talvez mais intrigante ponto sobre a auto-imagem feminina é que ela é muito mais fortemente alimentada pelo ato de rejeitar do que pelo ato de aceitar um homem. Pela lógica, esperava-se que aquilo que sustentaria mais fortemente a auto-imagem feminina seria a conquista de um homem muito bonito, ou muito destadado e disputado em seu meio. Pois isso reafirmaria diretamente que ela é uma mulher bonita e destacada e capaz de ter um homem igualmente destacado. Porém o ato das mulheres de rejeitar um pretendente parece nutrir sua auto-estima de uma maneira quase que afrodisíaca.
Talvez porque mulheres sejam mais facilmente julgadas como promíscuas e de pouco valor caso se relacionem com muitos homens, isso faz com que a recusa seja um meio seguro de manter a auto-estima, escolhido por muitas mulheres. Afinal, ela não precisa aceitar o homem para saber que é desejada, basta ela saber que ele a quer. E a ceterza desse saber se dá na hora da investida objetiva, na hora da proposta ou na hora da tentativa do primeiro beijo. Como já foi confirmado para a mulher que ela é desejada, sua necessidade básica para manter sua auto-imagem já foi satisfeita, ela não precisa mais do homem. Por isso, mulheres podem se satisfazer emocionalmente apenas por rejeitar um homem.
Claro que isso nos leva a muitas outras implicações, como por exemplo: quais os pontos negativos e positivos disso, qual o papel do homem no processo, até onde esse processo é consciente e até que ponto a mulher tem a obrigação de fazer algo a respeito. Mas estas são considerações para um próximo post, pois este já está muito grande.
Em resumo, a auto-imagem feminina é construída a partir de de fatores externos, por isso é sensível ao mundo externo (opinião alheia, mídia,etc). Quanto mais fatores internos ela colocar na base de sua auto-imagem, menos sensível será ao mundo exterior e maior será sua felicidade e auto-estima.
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