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segunda-feira, 22 de março de 2010

Autoridade em relacionamentos

Algumas vezes, pais tem que impor autoridade aos filhos quando eles ainda não tem idade para entender o motivo de uma proibição ou limitação que lhes é imposta. De acordo com o crescimento, a criança vai tendo a capacidade de entender argumentos lógicos e justificativas razoáveis dadas pelos pais. Porém, mesmo quando os filhos já entendem uma argumentação lógica, muitas vezes esta falha, e quando a lógica falha, os pais recorrem a autoridade.

Numa relação de pais e filhos, é importante ter uma hierarquia definida, afinal os pais são responsáveis pelos seus filhos e eles tem de impor limites, punir e recompensar de acordo com o comportamento do filho, afinal é uma obrigação como pai/mãe. A autoridade vêm da responsabilidade (se o filho menor cometer um crime, os pais são responsáveis) e pela autonomia econômica (quem paga as contas e compra comida são os pais).

A partir do momento que um filho ganha autonomia financeira, ele pode optar por morar sozinho e, assim, o pai perde sua autoridade. Pois não há mais responsabilidade ou dependência econômica do filho. Mas podemos analizar que até tal ponto, a autoridade dos pais sobre os filhos é necessária, clara e objetiva.

A mesma coisa acontece com professores e alunos, chefes e empregados, governantes e governados. Certos dipositivos fazem com que o primeiro detenha uma certa autoridade sobre o segundo para que a ordem das relações seja mantida. Todos sabemos que a sociedade hoje não está trata as pessoas como iguais, temos milhares de rótulos e sistemas de meritocracia que deixam claro que existem aqueles que mandam e aqueles que obedecem. Nestas relações a autoridade não é como a dos pais sobre os filhos, ela é um pouco mais tênue, mais leve, mais subjetiva.

Na filosofia chinesa, se não me engano, é descrito que na vida em sociedade existem cinco tipos de relação, em que apenas uma é igualitária, todas as outras tem que ser hierárquicas (o primeiro tem que ser superior ao segundo) se não as relações colapsam. Elas seriam:

1-Governantes e governados
2-Mestre e aprendiz
3-Mais velhos e mais novos
4-Marido e mulher
5-Amigo e amigo

Claro a igualitária é a quinta e última relação, a única onde não ha nenhum tipo de jogo de poder ou pressão autoritária. Nela, reina a cooperação mútua e neutra. Apenas nela, em nenhuma outra.

Mas igualdade não faz parte da natureza humana. Na verdade igualdade não faz parte da natureza de praticamente nenhum animal, muitos deles tem sistemas hierarquicos, os machos-alpha ou machos dominantes são os líderes do grupo, da alcatéia ou do bando.

Vivendo num mundo onde os interesses que movem a economia são primáriamente egoístas, é normal que cooperação e igualdade sejam apenas utopias. A autoridade é necessária, e muito. Se todos fôssemos muito bem esclarecidos e pensássemos sempre em sintonia, visando o bem coletivo, não precisaríamos de autoridade. Mas não é assim que funciona.

Agora, mulheres lendo isso (ou homens com pensamentos feministas) irão bufar de raiva, ou se sentir desconfortáveis ao ler que numa relação enrte homem e mulher o homem deve ser superior. Mas, após ler alguns livros, devo admitir que esta chega a ser uma meia verdade. Assim como na administração de uma empresa, a relação precisa de um líder, uma pessoa que vai tomar decisões importantes, guiar a relação, determinar seu ritmo e seu curso e ser responsável por minimizar os conflitos. É claro que esse papel quase nunca é 100% de uma pessoa só, mas posso garantir que nunca é meio-a-meio, a balança vai sempre pender para um lado, e esse lado, geralmente costuma ser o do homem.

"Você está dizendo que o homem é quem tem que comandar a relação?"

Não, ninguém "tem" que nada. A sociedade atual adotou conceitos e convenções que convergem para esse tipo de relacionamento. Pense comigo:

Temos a pessoa A e a pessoa B no relacionamento.

A pessoa A é autônoma, independente, fria, segura, indiferente e racional.

A pessoa B é dependente, apegada, apaixonada, insegura e sentimental.

Qual dessas pessoas é a mais indicada para comandar a relação? Obviamente a primeira, um líder inseguro e dependente não lidera nada. Numa relação o poder da autoridade está com aquele que estiver menos apaixonado, menos apegado e for mais capaz de pensar logicamente e racionalmente.

Eu poderia apostar minhas calças de que a maioria das pessoas, se perguntadas quem seria o homem e quem seria a mulher na situação acima diriam que A é o homem e B é a mulher.

"Mas eu conheço casos em que a mulher comanda!"

Eu também, mas as excessões confirmam a regra. Quando você vê um homem obedecendo, falando manso, deixando que a mulher tome as decisões temendo contrariá-la, a impressão imediata que se tem é de que esse homem é pouco masculino, frouxo, trouxa, corno e pau-mandado. O poder de um homem na relação está diretamente ligado a sua masculinidade, por consequência, ao seu valor como homem. Mas se uma mulher age assim, ela não parece menos feminina. Muito pelo contrário, isso pode até ter um impacto positivo, ela pode parecer mais fiel e dedicada. A autoridade é genéticamente mais necessária para o homem do que para a mulher.

Por mais que haja discordância em alguns pontos, a visão geral é essa. Leia de novo a descrição hipotética das pessoas A e B e pergunte a qualquer mulher se ela queria um homem "tipo A", ou um homem "tipo B". A resposta é óbvia. A autoridade masculina é necessária porque as mulheres em geral pedem por ela, quando um homem tende a ir para um extremo, é bom que vá para o extremo do "frio-autônomo-racional" do que para o extremo do "dependente-apaixonado-sentimental". No primeiro caso ele ainda tem grandes chances de se relacionar, mas no segundo, ele será um "escravo sentimental".

A maioria das mulheres sente um certo desprezo e até repulsa a homens que:

-Ligam para elas toda hora
-Ficam perguntando sua opinião o tempo todo
-Se mostram inseguros (medo de perdê-las)
-Se mostram demasiadamente apaixonados
-Demonstram insegurança pessoal (falta de auto-estima)
e
-Se mostram fracos, sensíveis ou pouco capazes de protegê-las

Mas se um homem peca para o outro extremo, e age com desprezo, indiferença, frieza e superioridade, ele muitas vezes se torna um enigma a ser decifrado, um desafio a ser vencido, uma fera a ser domada. É claro que isso se aplica a mulheres sujeitas ao poder do próprio ego (ou seja, a maioria).

Isso demonstra que, normalmente, a autoridade tem que residir nas mãos do homem numa relação. É claro, que se houver reciprocidade de interesses, o contrário pode ocorrer. Uma mulher que gosta de mandar e um homem que gosta de obedecer vão se dar muito bem, mas isso não muda o fato de que aos olhos da maioria das pessoas hoje, esse homem vai parecer débil, fraco e pouco masculino.

O problema é quando a mulher cobra atitude protetora, autonomia, força e virilidade de um homem mas não quer ceder á sua autoridade. Essas coisas vem em pacotes fechados, ninguém é uma mistura do cara romântico-apaixonado-atencioso com o cara viril-forte-protetor. Isso se chama "fantasia do príncipe encantado" e tem que passar aos 12 anos no máximo. Muitas mulheres não compreendem o grau de perfeição que estão exigindo de um homem quando querem que ele combine esses dois conjuntos opostos de características. Muitas vezes elas mesmas não chegam muito perto desse ideal, pois são tão normais e imperfeitas quanto os homens que repudiam.

Na grande maioria dos relacionamentos de hoje a autoridade de um dos membros é necessária para manter a relação, o menos apaixonado, o mais frio, o mais racional irá segurar as rédeas e dar as cartas. O poder de barganha dele é maior porque ele tem menos a perder, afinal, é mais independente e menos apegado que o outro. O poder de barganha é a chave para a autoridade nas relações sentimentais: quanto menos você tem A perder, menos medo você tem DE perder e vice versa.

Diferente das outras relações, a autoridade num relacionamento amoroso nunca é objetiva. Ela é uma batalha de egos, uma luta onde o mais forte e autônomo dobra o mais fraco de acordo com sua vontade subjetivamente. Chantagens são armas poderosas para se fazer valer a autoridade. Mas para o mais fraco o tiro sai pela culatra, pois o mais forte aguenta mais tempo e mais pressão por temer menos o fim do relacionamento, uma briga ou um afastamento temporário.

É claro que todas as considerações aqui são feitas levando em conta o amor passional e pessoas com uma dose humana normal de ego em si. Autoridade por poder de barganha é quase ausente em relacionamentos inde impera a igualdade, a reciprocidade e o respeito mútuo. Mas para isso é necessário altruísmo e humildade sentimentais.

Um comentário:

  1. E' duro mas tenho qe concordar. :X
    Ngm nunk disse qe a verdade era faciL.

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