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sábado, 25 de setembro de 2010

Metáfora VII

Uma guerra começou. Os dois lados estão se armando, o número de perdas já é enorme, mas cada um só vê suas próprias razões. Cada um só quer saber de se dar bem e conquistar.

Ninguém sabe quem começou, mas todo mundo continua, cada um faz sua generosa contribuição de ódio e remorso para continuar o ciclo vicioso destrutivo.

Eles machucam elas, elas machucam eles, não necessáriamente nessa ordem.

Um jovem civil sai nas ruas em paz, com uma bandeira branca, então, o pobre coitado é atingido por uma atiradora. Volta para casa revoltado com a dor e decide se alistar, decide entrar para a guerra, afinal qual é a utilidade de se tentar a paz? Ele se arma e, influenciado por outros soldados mais experientes, vai moldando uma mente onde o ganho pessoal justifica qualquer ação, que as vontades dele, ou deles, são mais importantes e que, se ele não atirar, alguém atira nele.

E assim mais um soldado é formado. Ele vai formar outros soldados a partir de civis revoltados com a guerra também. e isso também acontece do lado de lá. E é exatamente do mesmo jeito. Em ambos os quartéis generais, se ouve exatamente o mesmo discurso:

"Isso é uma guerra, aqui a lei que prevalece é a do mais forte, não tenham piedade do inimigo, pois ele não terá de vocês."

As pessoas se nutrem umas com o ódio das outras, agregam frustrações alheias ás suas próprias e vão á campo acreditando fielmente que estão fazendo justiça, que estão vingando os inocentes feridos pelo inimigo. E quando vencem uma batalha ficam felizes e se sentem honrados, mas isso só dura algum tempo, logo logo outra pessoa morre ou se fere e os soldados se dão conta de que venceram a batalha mas não a guerra. E começa tudo de novo.

Mas existem pacifistas, óbvio eles tem que ficar fora do caminho das balas, eles não conseguem mudar muita coisa, mas o que importa é a intenção. Eles ouvem diáriamente que seu ideal de paz é impossível, que as coisas sempre serão assim. Mas a mente do líder e do sábio não se foca no mundo como ele é, e sim como ele deveria ser.

E a guerra continua, de vez em quando uma bala perdida acerta um civil, mas se for um pacifista, ele vai se retirar humildemente e reconhecer que não deveria ter se exposto ao perigo, não vai culpar o atirador, pois sabe que este não sabe o que faz. Mas se for um pobre desavisado ou desavisada, muito provavelmente vai querer se alistar para dar o troco.

Assim como em toda a guerra, só há danos e prejuízos.
Assim como em toda a guerra, ninguém fica realmente feliz durante muito tempo.
Assim como em toda a guerra, todo mundo acha que está certo.
Assim como em toda a guerra, só há perdedores.

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