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domingo, 25 de julho de 2010

Somos um

Eu olhava para seus olhos
E via um brilho nascer
Era a paixão refletida
No fundo do meu ser

Tudo aquilo que eu queria
Estava bem ali
Não tardou até que o tempo
Tratasse de nos unir

Se foi karma ou desígnio
Se foi destino ou pura sorte
Disso eu não tenho certeza
Mas sei que encontrei meu norte.

Pensamentos eu tinha muitos
Mas amor eu só tinha um
E agora que te encontrei
Não tenho medo algum
Os sentimentos fluiam
E iam pra lugar nenhum
Mas agora eles têm destino
Pois agora somos um.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Metáfora V


Ganhar na loteria é difícil, isso todo mundo sabe. As probabilidades de se ganhar na loteria são tão remotas, mas tão remotas, que a maioria das pessoas considera impossível. Com isso já desistem de apostar, pensando nas gigantescas probabilidades de não saírem vencedoras.

Mas assim como todos concordam que ser sorteado é muito difícil, todos também concordam com uma outra verdade óbvia, mas pouco observada: só ganha quem joga. Pode parecer simples, mas as pessoas se esquecem disso, se apegam á pequena quantia que seria gasta na aposta com medo de perdê-la e não notam que ela não se compara com o prêmio em termos de grandeza, não notam que o dinheiro posto naquela aposta pode ser facilmente substituido e não fará falta futuramente.

É claro que, como em todo jogo que se preze, quanto mais você aposta, mais chances tem de ganhar, e quanto mais chances tem de ganhar, maiores serão suas expectativas na vitória, quanto maiores essas expectativas, maior será sua felicidade ao ganhar ou sua frustração ao perder. Parece um dilema, e é mesmo, mas só porque é um dilema não quer dizer que seja inescapável.

Quem prefere viver na dúvida, no conforto da ilusão intocada, na inércia da inação para não ver ofracasso da ação, deve segurar seu dinheiro e investir numa poupança, quem tem a necessidade mórbida por segurança acima de qualquer perspectiva de felicidade deve se resguardar. Mas aqueles que querem viver o momento, aproveitar o agora da vida e botar em prática o carpe diem, devem apostar, pois a dúvida irá corroê-los de dentro para fora depois de um sorteio em que eles se recusaram a apostar. O "será que eu venceria?" pode ser muito mais destrutivo emocionalmente do que o "que pena que eu perdi" para esse tipo de pessoa.

Se você perde, sempre pode se recuperar financeiramente e apostar no próximo prêmio acumulado. Talvez fique um pouco desiludido, talvez você não tenha ganho por pouco, mas sempre há uma próxima vez. Talvez nessa próxima vez você fique relutante em apostar, e comece a apostar quantias menores por medo de perder mais dinheiro inutilmente, mas no fundo sabe que não é tão inútil assim, afinal, por uma simples questão de estatística, quanto mais você joga, mais chances tem de ganhar. Mesmo que perca diversas vezes, você está sempre chegando perto da vitória, o problema é que não é assim que a maioria das pessoas se sente quando perde.

Mas se você ganha, ahhhhhh se você ganha...é como um sonho se realizando, todas as suas expectativas de repente enconram respaldo na realidade. Você olha seus números e vê que são exatamente os mesmos do sorteio, a sincronia é perfeita, nenhuma unidade diferente, o que você tem com você e o que tem do lado de lá tem uma correspondência direta e exata. Você vai vibrar e pular de alegria e até se questionar se escolher aqueles números foi realmente uma questão de pura sorte. Afinal seus números poderiam ser outros, os números do serteio poderiam ser outros, você poderia ter escolhido esses números num sorteio anterior, ou deixado alguém marcar para você, você poderia ter desistido de jogar, ou outra pessoa poderia ter ganho com você.

Mas não, o universo parece ter conspirado com perfeição para que você fosse o felizardo. Você não entende como funciona, você fica boquiaberto em perceber o quão sortudo você é, e daí pra frente, se você administrar seu prêmio bem, sua vida se transforma...

...pra melhor.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Tempo e espaço

Este é um post que tem relação com as idéias de Einstein e física quântica. É algo simples que todos nós já experimentamos na vida.

É sobre a nossa percepção de tempo e espaço, e as mudanças que ela pode sofrer.

Segundo Einstein tudo é relativo, e com isso a maioria de nós já concorda. 50 anos é pouco tempo na história da humanidade, mas na vida de uma pessoa isso é muita coisa. 60km/h é uma velocidade absurdamente baixa para um avião, mas para um carro é perfeitamente normal.

Emfim, toda a noção de tempo e espaço (grandezas em geral), está construída com base em comparações entre elementos existentes no nosso mundo, como já mencionei em textos sobre taoísmo, sabemos o que é uma coisa apenas em comparação com seu oposto.

A maioria das pessoas tem idéias parecidas sobre tempo e espaço, porque todos vivemos num mesmo mundo, onde as noções de tempo e espaço são parecidas, um dia é um dia, um ano é um ano, dez metros são dez metros e um kilômetro é um kilômetro.

Mas o homem não é uma máquina racionalmente imparcial, nossa percepção da realidade está sujeita á deformações e transformações casadas por eles, os tão instáveis e famosos...

...sentimentos.

Vinte minutos pode ser um tempo razoavelmente curto para se esperar na fila de um banco para pagar as contas sob condições normais, mas é uma eternidade para quem está atrasado para uma entrevista de emprego.

Quanto maior a pressa, mais lentamente o tempo passará.

Uma ligação que demorou uma hora a mais para ser feita não causa efeito se a pessoa que ligou era seu chefe, um colega marcando alguma coisa para o final de semana seguinte ou alguma empresa te oferecendo cartões de crédito. Mas imagine esperar por uma hora uma ligação de alguém por quem você é sentimentalmente apegado.

Quanto maior a paixão, mais lentamente o tempo passará.

Um metro e meio de distância de uma pessoa que você não gosta parecem centímetros, mas quando se trata de alguém que se ama, um metro e meio parece muita coisa.

Quanto maior o sentimento positivo, maior parece a distância.
Quanto maior o sentimento negativo, menor parece a distância.

Não percebemos o tempo e o espaço de maneira linear. Essa noção se distorce violentamente junto com nossos vertiginosos sentimentos. Quando estamos nos divertindo, o tempo parece voar, quando não, parece se arrastar.

E a principal fonte de emoções da nossa vida são nossos relacionamentos. A matriz da paixão e da grande maioria das emoções que regem nosso dia-a-dia. É nos relacionamentos que nossa noção de tempo e espaço praticamente se dobra.

Tempo longe da pessoa amada passa mais devagar, tempo perto, mais depressa.
Tempo em que se espera ligações passa lentamente, o tempo das ligações, passa rápido.
Todo e qualquer espaço entre você e a pessoa já é espaço excedente, nunca se está próximo demais.

O curioso sobre percepção da realidade é que quanto mais a ciência avança, mais ela parece ser relativa. Já está provado que nossas emoções influenciam nossa saúde e que o meio que vivemos molda grande parte do nosso caráter. Se você levar isso em consideração não estamos apenas percebendo o mundo cada um a sua maneira, estamos absorvendo, vivendo, assimilando o mundo de maneiras divergentes.

O que é um metro?
O que é um minuto?

Para o apaixonado essas medidas estão diretamente relacionadas com a pessoa amada, que parece também tem uma força gravitacional em si que puxa o apaixonado para junto dela. Se ele não fizer nenhum esforço, agir no automático, irá, por inércia, se aproximar da pessoa amada. Assim como temos tendência a nos afastar daquilo que repudiamos. Até movimento é algo relativo.

E você, como você percebe o tempo e o espaço a sua volta? O quão distorcida sua percepção está? Qual a hora que passa mais devagar? E a que passa mais rápido? O que parece estar mais longe, e o que precisa estar perto o tempo todo?

Como você sente o mundo?

sábado, 17 de julho de 2010

Recordes

Foram feitos para serem admirados, respeitados e logo depois, quebrados.

Não perduram pois a tendência natural do homem em tudo na vida é evoluir, e o recorde nada mais é do que uma marca do ápice do progresso anteriormente feito. Uma marca feita em areia, que logo desaparescerá.

Ele nasce em glória já com os dias contados, poucos ecoam pela eternidade insuperáveis. E os que o fazem, tem a ajuda de diversas circunstâncias externas para se perpetuar. Por exemplo...

O recorde de venda de discos de Michael Jackson nunca será quebrado porque hoje, com o advento da internet e aumento da pirataria, as pessoas não vão mais comprar mais CD's como antigamente. O recorde de venda de disco será sempre dele, mas em parte isso se dá por um fator externo, a mudança no funcionamento do mundo da música.

Outros recordes encontram de repente uma enxurrada de substituições uma atrás da outra, devido a novos tempos e novas tecnologias. Os novos recordes na natação são um exemplo disso, as novas tecnologias para roupas e piscinas está tão radicalmente diferente que esse foi o esporte com mais recordes quebrados nas últimas olimpíadas.

Nossa vida também é marcada por recordes. A maior paixão, o melhor amigo, o dia mais divertido. Emfim, os recordes se gravam em nossas vidas, e assim como os recordes da história da humanidade, os recordes pessoais também estão sujeitos ás mesmas regras. Algumas coisas só parecem insuperáveis por fatores externos, outras estão fadadas a serem ofuscadas pelo brilho de uma nova experiência.

Mas nunca vamos saber distinguir um de outro, na verdade, não é preciso, pois qual é a graça de um recorde quando se sabe quando e como ele será quebrado, qual é a graça de um marco grandioso se no momento de seu nascimento você sabe o dia e o meio de sua morte?

Os recordes que nossas experiências atingem e quebram são o sabor da vida, os insuperáveis, brilham por sua glória e ficam marcados na memória, os superados nos surpreendem, pois muitas vezes pensamos que algumas coisas em nossas vidas não podem melhorar, e é esse tipo de coisa que, quando melhora, nos enche de alegria.

Quebrados ou lembrados, quais são os recordes que recheiam sua vida?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Desconheço

Desconheço muitas coisas sobre você.

Por exemplo: o lugar em que está, mas mesmo que não saiba disso, sei que vou querer estar contigo. Não sei a cor do teu cabelo, dos seus olhos, se você é alta ou baixa, se você é branca ou parda. Mas sei que vou te achar linda e repetir isso de mil maneiras diferentes.

Não sei o que você está fazendo nem o que gosta de fazer, mas sei que terei o maior prazer em te acompanhar nas suas atividades.

Não faço a menor idéia de como vamos nos conhecer, mas sei que nunca me esquecerei do dia em que isso acontecer.

Posso não saber mau nome. Mas tenho certeza de que ele ganhará um peso novo na minha vida.

Não te conheço, mas sei que um dia na minha vida terei o imenso prazer de te conhecer. Posso até já ter te visto em algum lugar, posso até ter cumprimentado você. Quem sabe até nós ja conversamos ou até nos conhecemos, mas isso eu não sei.

O que sei é que quando eu descobrir sua identidade, tudo que você merece será seu, tudo o que tenho guardado para você será dado, toda a inspiração que você me tráz virá em forma de poemas e presentes.

Eu sei disso como sei que o sol nascerá amanhã. Pois tenho certeza que não vou viver o resto da minha vida sozinho, sei o quanto eu preciso de você, o quanto você é importante para mim. E é por isso que estou convicto de que você existe, porque quero que você exista.

E é sabendo disso que vou viver minha vida, seu lugar será sempre seu, não sei se isso vai demorar, não sei se vai começar como uma amizade ou como uma aventura, Não sei se vamos brincar de gato e rato antes de nos entregar mos um ao outro, ou se mergulharemos juntos no imenso mar que é a paixão. Não sei de muita coisa, mas como já dizia o poeta...

...eu sei que vou te amar.

Céu aberto


Quando observava o céu
Via o véu se dispersar
E o que antes eram núvens
Agora é um sol á brilhar

Não sabia exatamente
O que devia esperar
O medo e a esperança
Não sabiam o seu lugar
Singelo e inocente
Esse sol me ofuscou
E agora finalmente
Eu sei muito bem quem sou
Pois meu céu está aberto
Meu coração se iluminou
A resposta pro dilema
Da paixão se revelou!

domingo, 11 de julho de 2010

Metáfora IV


Pular de para-quedas é um daqueles esportes radicais que a pessoa diz que se sente "viva" devido as descargas de adrenalina que recebe quando pratica. Várias pessoas praticam este esporte por vários motivos diferentes, mas todas tem uma visão parecida de que, mesmo que tenha lá seus riscos, eles compensam o prazer de pular.

Isso é para os que não tem medo de altura.

Para quem tem medo de altura pular de para-quedas não é uma atividade nem um pouco prazerosa, muito pelo contrário, é extremamente traumática e agoniante. Você pode falar para a pessoa sobre todos os prazeres de se pular, da adrenalina, da vista no avião e da sensação do vento no rosto durante a queda, mas isso não vai anular o medo, isso não vai fazer a pessoa desconsiderar seu desconforto pelo simples fato de que...

...o medo é maior que a pessoa.

Não é uma questão de opção, não é porque falta vontade ou disposição na pessoa, pouquíssimas pessoas no mundo tem força de vontade o suficiente para superar seus medos, e geralmente isso acontece em situações de extremo risco ou quando as pessoas tem um motivador externo anormalmente forte.

Caso contrário, medo não é algo que você simplesmente ignora, como uma pedra no sapato. São como correntes de aço que te prendem. A pessoa pode até concordar em pular num primeiro momento, pois ela pensa racionalmente que pode ser algo bom, e que pode valer a pena. Ela pode até entrar no avião e observá-lo ganhar altitude. Mas no momento do salto, a pessoa vai começar a congelar. No momento em que a pessoa estiver frente a frente com a imensidão do céu, suas mãos vão se prender na porta e ela estará totalmente paralisada. Incapaz de fazer qualquer coisa.

Não será nem um pouco divertido se a pessoa for empurrada. O susto, o medo, o desconforto, a sensação de ter entrado numa situação que não se pode mais sair é absolutamente aterradora. Geralemente, o amante do esporte que empurrou o medroso sente que fez um favor a ele, sente que fez uma boa ação ao incentivá-lo, que assim um pouco do medo dele foi dissipado por ele perceber que na verdade pular é algo simples.

Mas não é bem assim que funciona na cabeça do acrofóbico. Grande parte do prazer de pular será anulado pelo medo e ao invés de dissipar a fobia, ela é fortalecida com a sensação de desespero, impotência e insegurança. Da próxima vez, pular será ainda mais difícil, pois fobia é uma coisa acumulativa, ela se fortalece com o tempo.

E o esportista fica boquiaberto, sem entender como pode uma pessoa ter tanto medo, como é possível ter tanta dificuldade para fazer algo tão simples, como uma pessoa é capaz de sentir tanta coisa negativa durante um processo relativamente curto?

Mas o esportista nunca vai entender, afinal ele vê aquilo como um esporte, o emocional não o atinge, ele nunca poderá se colocar no lugar do acrofóbico pelo simples fato de que ele nunca sentirá o medo que uma pessoa com fobia sente. E isso leva á uma pressão social, afinal se tantas pessoas pulam de para-quedas, porque essas poucas tem medo? Se é uma coisa banal, simples e prazerosa, com poucos riscos, por que a fobia? Essa incompreensão se reflete no acrofóbico e o faz pensar: "Deve haver algo de errado comigo, afinal pular é algo que qualquer um deveria fazer sem problemas"

Esse pensamento é o primeiro de muitos outros negativos, logo o acrofóbico vai começar a desenvolver um complexo de inferioridade pois seu ego não encontrará respaldo nessa atividade. Sua auto-imgaem vai ser danificada pela sua inabilidade em fazer aquilo que todos fazem e ele se sentirá inevitavelmente inferior.

Alguns se dedicam a outros esportes menos perigosos, outros mentem, criando histórias falsas de que são bons saltadores, mas o para-quedismo sempre vai ser o pesadelo desse tipo de pessoa.

E é aí que eu te pergunto...

A acrofobia é culpa do acrofóbico?
Sua inabilidade é sempre resultado de falta de força de vontade?
Ele tem que ser empurrado para dentro de um avião para "enfrentar seus medos"?
Quando um esportista o empurra na hora do salto, ele está fazendo um favor?

E o mais importante...

VOCÊ o empurraria?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Os tipos apaixonados


Cada pessoa age de um jeito quando se apaixona, e esse jeito de agir é baseado nas crenças pessoais dessa pessoa acerca da vida sentimental ocmo um todo. Cada um se espelha em diferentes valores e tem maneiras diferentes para realizar a mesma coisa. Descreverei aqui, em ordem decrescente de paixão e ordem crescente de maturidade emocional, os tipos de apaixonados e como eles vêem o mundo.

1. 100% apaixonado (o idealista)

Sempre em busca do príncipe/princesa encantada, o idealista acredita que o homem ou mulher perfeitos estão por aí no mundo, vagando em algum lugar a procura de alguém para amar. Esta pessoa ideal seria a fusão de todas as características mais perfeitas que um amante pode ter. Esse tipo certamente viu muita disney, chora em comédias românticas e provavelmente acompanha novelas da globo, ignora totalmente o fato de que é uma pessoa com defeitos e acha que merece a perfeição encarnada no seu parceiro, pois pensa que sua vontade de doar-se e expressar afetividade bastam para lhe fazer merecedora de um amante ideal. Acredita que amor passional e paixão são coisas totalmente distintas e que, se um relacionamento não é feito de um, é feito do outro. Após uma ou duas desilusões, esse tipo muda para....
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2. 75% apaixonado (o romântico)

Esse é o tipo que ainda dá pequenos suspiros com comédias românticas. Já não acredita mais no príncipe/princesa encantada, mas sim na alma gêmea. Acredita que exista uma pessoa no mundo (com defeitos) que está vagando a procura de alguém específico e esse alguém é o romântico. A alma gêmea seria uma pessoa perfeitamente moldada para se encaixar nos defeitos do romântico, um tipo de prêmio de consolação por saber que não se é merecedor do principe/princesa. Essa metade da laranja seria como um robozinho pré-programado para aturar todos os defeitos da pessoa e perdoar suas falhas, ao mesmo tempo, teria defeitos toleráveis (na visão do romântico) e as brigas no relacionamentos seriam poucas e pequenas, nunca rendendo muito stresse. O romântico acredita, assim como o idealista, que sua capacidade de doação por si só o faz merecedor do esforço alheio, porém, ele é mais humilde e reconhece que, sendo uma pessoa defeituosa, não poderia agradar uma pessoa perfeita. Mesmo assim, acredita que o encaixe perfeito de qualidades e defeitos irá isentar o casal de muito stresse e esforço no relacionamento, acredita que com sua alma gêmea, o sucesso do relacionamento é certo. Muitas pessoas estacionam nesse estágio, mas algumas, após amadurecerem, evoluem para...

3. 50% apaixonado (o prático)

Esta pessoa com certeza já passsou dos 18. Não acredita mais em mitos, embora seja influenciada por eles inconscientemente. Já passou por relacionamentos o suficiente para perceber que ela tem que se esforçar também para que as coisas aconteçam. Acredita que existam no mundo algumas pessoas com quem ela se daria bem e procura estas pessoas ao invés de esperá-las. Esse tipo de pessoa já deve ter lido uma meia dúzia de livros sobre relacionamento, éstudado algum filósofo mas realista ou lido algum desses livros de auto-ajuda que fazem questão de começar seus primeiros capítulos desmontando os mitos do amor romântico. O prático desiste de um relacionamento quando seu esforço é maior que sua satisfação, mas assim que sai de um já está imaginando como será o próximo, não consegue passar tempo demais na vida de solteiro. Apesar de não mitificar sua visão do amor, ele ainda a diviniza, procurando por um parceiro fixo que possa lhe proporcionar um bom relacionamento. Poucas pessoas transcendem essa busca para se tornarem...

4. 25% apaixonado (o cauteloso)

Ninguém chega a esse nível por outro caminho que não seja o da decepção e do sofrimento. O cauteloso não apenas vê os mitos como algo ilusório, ele geralmente os acha ridículos e odiosos por ter um dia acreditado neles. Esta pessoa sabe que nenhum relacionamento é facil, que demanda muito tempo, dedicação e esforço. Tem consciência de que a maioria das pessoas é egoísta demais para se esforçar na medida certa e, ao contrário do prático, ele já não procura pessoas para se relacionar simplesmente respondendo á seus sentimentos, ele as testa antes de investir. Aprendeu com a vida a ser um observador, aprendeu a comparar as palavras das pessoas com seus atos e usa seu ceticismo como escudo para não se decepcionar ou se machucar. Não cede a impulsos, não ouve seu coração nem seus sentimentos caso estes pareçam indicar caminhos danosos e incertos, o cauteloso se conhece bem o suficiente para saber que pode ser enganado pelos próprios sentimentos, sabe que suas necessidades emocionais são traiçoeiras e não cede facilmente a elas. A segurança vem antes da doação, sempre. Se observar e assimilar o suficiente, ele se tornará...

5. 0% apaixonado (frio)

Após perceber que relacionamentos são inevitavelmente desgastantes, que términos são inevitavelmente dolorosos, e que decepções são inevitavelmente frustrantes, o prático se torna o frio. Percebe que se sua necessidade de satisfação do ego e sua carência afetiva são a única coisa que o fazem querer se relacionar, se estas forem suprimidas, não haverá motivo algum para ter um relacionamento. Essa supressão se dá através de uma mistura de ceticismo, preguiça e uma leve dose de rancores passados. Por conhecer a natureza egoísta e superficial de suas necessidades emocionais, ele as transcende e o custo benefício de uma relação já não é mais vantajoso, seja lá qual for a pessoa. Suas expectativas para com os outros sentimentalmente são zero e ele não sonha mais, vive observando com ceticismo e frieza as bases da realidade cruel que é o amor passional: interesseiro, egoísta, apegado e carente. O frio é o único que atinge um estado de consciência elevado o suficiente para realmente perceber que o amor verdadeiro ou amor universal, é totalmente diferente do passional.

E você, qual é o seu tipo?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Metáfora III


Vi que os ventos da mudança sopraram contra as minhas frágeis expectativas, desmanchando-as como um leve delicado castelo de cartas, antes mesmo que terceiros pudessem apreciar sua beleza. Ironicamente, suas bases não foram construídas por mim, apenas continuei edificando o que já estava lá.

Então, devido a adversidades além de meu alcance, tudo aquilo que as expectativas haviam trazido já não me era mais conveniente. Eram etéreas e vazias, como fantasmas. Não iriam se realizar apenas atormentar-me. Pelo menos foi o que pensei.

Sufocados em seu próprio berço pelo seu próprio pai, os sentimentos faleceram no anonimato, marcando a data de minha libertação. Abria as asas do desapego com uma mistura de pesar com ressentimento, que logo depois cedeu seu lugar ao alívio: foi quando a suposta mãe destes sentimentos foi comunicada tanto de seu nascimento quanto de sua morte.

Não sei se foi esse comunicado que desencadeou os eventos que o sucederam, mas sei que durante este mesmo período de libertação, os ventos da mudança decidiram alterar seu curso novamente. Apesar de saber quando, não sabia como havia acontecido, mas desta vez a mudança não me parecia tão desfavorável.

E foi então que, como uma brilhante e gloriosa fênix, eis que a paixão ressurge em todo o seu calor. Queimando todas as amarras de razão e justificativas lógicas anteriormente estabelecidas para contê-la. Alimentada por agentes préviamente inexistentes, essa fênix queima tudo que a toca, inclusive a si mesma. Fico pasmo observando minha certeza e minha segurança desfalecerem perante meus olhos com tal rapidez. As cinzas que demarcavam seu túmulo agora se espalham pelo ar e poluem minha visão do todo.

Quando presumi que estava completamente imune a tudo aquilo que pensei refrear, percebo três coisas imensamente importantes...

Uma é que por mais que anseie tal coisa, não posso abater meus sentimentos. Estes devem perecer por morte natural, causada por falta de forças e fome. Devem definhar com o tempo até serem ofuscados por outro maior ou esquecidos. Meu crime foi punido com o retorno do fantasma que representa meus medos e inseguranças, implacável na sua única função de assombrar-me. O grande dilema é que, o fantasma e a fênix são a mesma entidade.

A outra é que a razão de seu renascimento reside na minha própria ingenuidade. A mão que ceifa a vida de minha criação tem de ser uma e apenas uma: a de sua co-criadora. Nem cinzas restarão de sua aniquilação caso o seu fim seja ditado por ela. Será um movimento fulminante e único, uma morte rápida e definitiva.

E a terceira é que, assim como ela traz a morte definitiva do grande pássaro, ela pode trazer-lhe a vida. A fênix deixaria de ser um fantasma, suas chamas parariam de queimar suas próprias penas e sua longevidade se extenderia indeterminadamente. Ela seria livre para voar fora dos limites de minha consciência, e se alimentar fora dos limites de meu coração.

Este pássaro ígneo e fantasmagórico transcendeu todas as minhas tolas tentativas de conter seu poder e parece desafiar-me com seu fogo, combatendo minha razão ao extremo. Como sei que não posso subjulgá-lo, seu renascimento marcou o limiar de uma nova e intensa batalha. A aniquilação das expectiativas tem agora uma contagem regressiva para acontecer. Apenas a velocidade e a intensidade de sua morte ainda não estão definidos, estes dependem de minha escolha:

Se eu optar por inércia e inação, o silêncio será um assassino silencioso e cruel, agindo como um forte veneno, intoxicando lentamente até o momento da desilusão causada por terceiros. Gerando remorso, ódio e rancor.

Se for ação, palavras e gestos serão os golpes arrasadores que evidenciarão o fracasso do canto da fénix. Gerando vergonha, humilhação e frustração.

Mas o fracasso não é, nem nunca foi o único resultado possível de alguém que escolhe agir, e é em sua alternativa que mora a dualidade do meu presente, uma alternativa puramente hipotética, assim como todas as previsões da vida, uma idéia que soa pretensiosa e tendenciosa, mas que não parece deixar de me fascinar.
A idéia de que haja outra fênix do lado de lá...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Dualidade e credulidade

O cético e o crédulo na vida sentimental se comportam de maneiras muito diferentes.

Primeiramente, o cético é inevitavelmente humilde. Pois já que ele não acredita sem provas ele não vai achar que pessoas estão atraídas por ele quase em nenhuma situação. Pois quase nada na vida sentimental é objetiva o suficiente para ser chamada de prova.
Olhares, sorrisos e quaisquer outras coisas que possam ser consideradas indicadores de interesse não provam nada, até porque no campo dos sentimentos, não há provas, apenas presunções e teorias baseadas numa análise totalmente subjetiva. Aplicar o pensamento científico no campo da paixão é praticamente anular qualquer possibilidade de pretensão soberba e arrogância.
Esse é o lado bom, porém ser cético leva á outra situação: perda de oportunidades. Quem não arrisca não petisca, e ainda temos o problema do excesso de ceticismo levar a biaxa auto-estima, pois se a pessoa nunca acha que está recebendo indicadores de interesse, nunca acredita que sentimentos dirigidos á ela são verdadeiros, acaba por deixar sua auto-imagem se abalar por se achar indigno de tais coisas.

Já o crédulo não. Ele pode ser do tipo pretensioso ou sonhador. O pretensioso acredita em si mesmo tão plenamente que qualquer sinal é interpretado como indicador de interesse, até os que não o são. Ele não é crédulo diretamente para com a outra pessoa, mas para com o efeito que ele pode ter sobre os outros. O mérito é dele, quem conquistou a atenção da pessoa foi ele com seu talento, beleza e singularidade.
A vantagem é que a confiança, a auto estima e a autonomia sentimental desse tipo de pesoa costuma ser mais alta, e isso se reflete em sua linguagem não-verbal, fazedno com que ela pareça mais carismática, magnética e autônoma.
O problema desse tipo de crédulo é a auto-estima extremamente sucetível á opinião alheia e rejeições, que vão ser mais comuns do que se ele fosse mais humilde, pois a segurança vem de uma ilusão de superioridade que, se for quebrada, acarretará em decepção.

Se for do tipo sonhador, o foco da credulidade não é si mesmo, mas sim o outro. Há uma divinização do pretendente que tem base nos mitos de principe/princesa encantada, amor romântico ou par perfeito. Essa pessoa tem mais humildade do que o pretensioso porque geralmente coloca a pessoa amada acima de si mesma. O ponto bom é o tamanho da felicidade e satisfação atingidos caso essa pessoa seja correspondida, é como ganhar na loteria. Mas o processo de divinização do outro pode fazer o sonhador se achar inferior ou indigno da pessoa amada algumas vezes, causando inseguranças e medos numa intensidade que os outros tipos citados acima não tem.

Acreditar ou não, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é uma opção. Quem é crédulo não pode escolher ser cético, pode escolher não arriscar apostar onde sua credulidade aponta, mas vai continuar acreditando mesmo assim, estará apenas se resguardando para não se machucar, engolindo seus sentimentos.

Quem é cético não pode escolher acreditar, pois sua frieza estará o fazendo duvidar mesmo que decida se arriscar, tirando a magia do momento e parte do prazer do processo de conquista e do relacionamento.

Emfim, relacionar-se é algo muito simples. Nós é que complicamos tudo.