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segunda-feira, 29 de março de 2010

Renascimento

Algo morreu, mas o que foi?
Éramos esperançosos, brincávamos, riamos e amávamos. Mas algo em nós parece ter morrido, o que foi?
Não segurávamos nossos sentimentos, não suprimíamos nossas emoções. Acreditávamos, REALMENTE acraditávamos, com toda nossa força de vontade, no amor.
Mas algo mudou, o que foi?

A vida nos ensinou do jeito difícil que existem dois mundos: o das crianças e o real.
No mundo das crianças, está implícito que adultos não podem ficar, muito pelo contrário, os adultos que se esforçam, suam e trabalham para manter esse mundo do jeito que ele é, intacto.
Mas a transição entre dois mundos é sempre dolorosa. Se desligar do mundo infantil é sempre um processo difícil e lento.

Aprendemos a não confiar nas pessoas, não confiar em oportunidades boas demais, não confiar nem em nós mesmos, muito menos nos nossos sentimentos.
Tudo que aprendemos serve para o mesmo propósito de conservação e sobrevivência, o lema de "é melhor prevenor do que remediar."
Então nossas feridas cicatrizam, e as marcas da batalha com o nosso próprio ego vão enchendo nossas vidas e nos deixando cada vez mais cuidadosos e céticos com o mundo.

Logo, estamos fora da "terra do nunca", logo estaremos imersos num ciclo interminável de obrigações e cobranças.

Algo morreu, mas o que foi? Foi a esperança? Foi a fé?
Foi a visao de que seríamos astronautas, pilotos de corrida, astros do rock ou jogadores de futebol apenas pelo simples fato de que queríamos?
Foi a crença de que escondida em algum lugar no mundo, existia uma pessoa perfeita para nós nos esperando?

Talvez todos esses sejam privilégios dos moradores da "terra do nunca". Regalias que temos que abdicar se quisermos nos tornar adultos de verdade e viver no mundo de verdade.
Esse mundo onde todos tem seus próprios interesses em mente, onde ninguém dá nada de graça, onde lucro é a prioridade máxima e altruísmo é sinônimo de prejuízo.
Uma selva sentimental onde impera a lei do mais forte.
E como as leis da evolução são bem claras, aqueles que se adaptam, sobrevivem. Aqueles que querem manter a mentalidade de "meninos perdidos", acabam sendo pisoteados e manipulados pelos mais fortes na batalha da vida.

Algo morreu. Talvez tenha sido a criança, para dar lugar ao adulto...

sábado, 27 de março de 2010

Yin & Yang

Que lado escolher, que rumo tomar?
Qual dos dois caminhos, é seguro pra trilhar?
Fui em um, fui em outro, em ambos me perdi,
Não soube me orientar, em caminhos que nunca vi.
Provei Yin, provei Yang, mas não me decidi.
Vi luz e vi trevas, e em ambos me encolhi.
Com medo de muita luz, ou de muita escuridão,
Acabei provando extremos de falsa satisfação.
De um lado tive meus sonhos, em seu ápice de poder,
Do outro, com os pés no chão, pude provar do prazer.
Mas como comparar, dois extremos tão distantes
Como medir a paixão, de tão distintas amantes?
O doce prazer de idealizar, a perfeição da paixão
Em sua mais sublime forma, em sua mais sublime expressão
E o doce prazer de sentir, na própria pele a atração
Em seu mais alto fogo, em sua quente sedução.
Como equiparar dois prazeres tão diferentes?
Como saber qual dos dois, me trouxe maior presente?
Não ha como escolher, entre luz e escuridão
Pois o excesso de ambos, bloqueia minha visão.
Não há como escolher entre sexo e romantismo
Pois os dois sofrem do mal, de amar com fanatismo
Não ha como escolher entre Yang e Yin
Pois fora do caminho do meio, a jornada não tem fim.
Não há como escolher, entre sonho e realidade
Pois o sonho move o mundo, e este vive na verdade.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Auto-imagem feminina

A auto-imagem feminina é formada desde a infância e ao fim da adolescência ela geralmente já está consolidada. Ela governa o mundo feminino, é ela que impulsiona as imensuráveis quantias de dinheiro gastos no mundo todo com cirurgias plásticas, maquiagem, cosméticos, tratamentos de beleza e roupas. É esta auto-imagem que está enraizada nelas que as faz irem da euforia á depressão apenas por causa de uma rejeição. É o que as faz serem absurdamente competitivas.

Desde a pré adolescência, a menina vai notando os pedidos de namoro, as investidas e o tanto de atenção que recebe dos meninos. Logo, ela compara o interesse que os meninos tem nela com o interesse que eles tem nas suas amigas e nas meninas que fazem parte do seu círculo social.
Na adolescência essa comparação é feita de maneira superlativa, pois vem acompanhada de mudanças hormonais e contradições emocionais violentas.

Logo a adolescente já tem uma noção do quão bonita ela é em relação ás outras meninas e começa a ter seu caráter fortemente influenciado por isso. Normalmente, se ela é muito bonita, é assediada constantemente, recebe muitas propostas e tem um leque de opções enorme. Como foi mostrado no documentário ciência do sex appeal da Discovery, nós procuramos o melhor que podemos conseguir, se a menina sabe que tem muitas opções, vai ser mais seletiva, ou seja, na visão dos homens, uma menina difícil. Uma menina assim está muito mais propensa á ser vítima do próprio ego, pois sabe que sua beleza é uma arma poderosa e acaba contando muito com ela, se esquecendo de desenvolver outras qualidades, é assim que nascem as fúteis, burrinhas e todas as meninas "bonitas por fora e vazias por dentro." Estas meninas também costumam ter um senso de compaixão menor em relação aos seus pretendentes, assim como um senso de superioridade que as acompanha sempre que estão na presença de meninas que julgam serem menos bonitas que elas.

Se a menina for muito feia, sua auto estima será extremamente baixa e ela provavelmente será muito mais suscetível á "armadilhas sentimentais", críticas de outras mulheres e pressão social por um corpo e um rosto perfeitos, acabam sendo alvos fáceis de depressão e oscilações sentimentais violentas. Mulheres assim costumam também desenvolver um senso natural de humildade sentimental, pois, ao que tudo indica, sabem que na disputa por um homem estão em "desvantagem" em relação as mais bonitas, então acabam sendo menos seletivas e exigentes em relação aos seus pretendentes. Meninas assim também tem grandes chances de desenvolver outras qualidades e talentos por não poderem contar com sua beleza, além de serem mais capazes de sentirem mais compaixão e perceber sofrimento alheio que suas rivais mais bonitas.
Porém, a grande maioria das mulheres não é nem muito feia, nem muito bonita. É normal, ou seja, os efeitos da auto-imagem nela são geralmente normais também, tendendo ás vezes para um lado, as vezes para o outro. A esmagadora maioria da comunidade feminina é razoalvemente bonita e, se bem produzida, é atraente e tem perfeitas condições de atrair um homem igualmente bom para si. Esse tipo de mulher, quando menina, percebeu que não tinha grandes desvantagens em relação as suas competidoras. É levemente sensível ás pressões sociais, mas reconhece sua própria beleza. Tem seus talentos, é razoavelmente inteligente ou bem informada, mantém sua auto-estima num nível emocionalmente saudável, longe da depressão e do suicídio. Mas não se sentem totalmente realizadas ou completas e sempre acham que poderiam ficar mais bonitas.

Por isso a combinação de beleza exterior e valor interior é tão rara. Porque se a mulher é dotada de muita beleza, estará mais propícia a não desenvolver outras qualidades, pois saberá que sua beleza por si só basta para atrair um número bom de homens para que ela tenha muitas opções. Se a mulher é bonita, e consegue vencer essa pré-disposição, torna-se o objeto de desejo e veneração de qualquer homem de valor. A mulher perfeita: bonita, inteligente, talentosa e com valores inquestionáveis.

O curioso é que toda a mulher sabe sua posição na hierarquia de belza social. Podem até dizer um padrão mais alto (o que é raro), ou serem humildes e dizer um mais baixo (muito comum). Mas inconscientemente, todas as mulheres sabem o quão bonitas e o quão desejadas são em relação á maioria das mulheres. Pois isso é um processo natural e inconsciente que acontece com todas elas. As que estão acima da média estão mais propensas á serem vítimas do próprio ego e as que estiverem abaixo da média estão mais propensas a serem vítimas da sociedade (que se reflete no ego indiretamente).
Como todas sabem sua posição, a competitividade deveria parar não? Como a hierarquia está definida, mulheres não são competitivas certo? Errado. Apesar das mulheres geralmente estarem cientes de quando uma outra meulher é mais bonita ou mais feia que elas, existem os muitos casos em que a diferença é pequena ou subjetiva demais para fazer diferença para o publico alvo, que são os homens. Então, quando uma mulher chama mais atenção que as outras num recinto, estas irão tentar chamar mais atenção que ela ou até ridicularizá-la, dependendo do quanto elas estão suscetíveis ao ego e ao orgulho. Para uma uma mulher orgulhosa, ver outra mulher que ela considera menos atraente se destacar mais num grupo é quase como uma ofensa direta á sua beleza.

Atacar ou prejudicar a auto-imagem feminina é um golpe baixo, todo o estado emocional da mulher se baseia na auto-imagem. Se algo fizer com que uma mulher se sinta menos bonita, menos desejada e menos especial, com certeza isso levará a mulher a um estado de tristeza, malancolia e até ódio. Quanto mais suscetível a auto-imagem uma mulher for, mais desprotegida estará ás ameaças ao seu ego. Por isso, a falta de orgulho e a humildade são escudos protetores para mulheres, eles a tornam imunes a jogos sentimentais, manipulações de cafajestes que só querem sexo e "filtram" os homens por caráter.

A mulher que, ao longo da adolescência, agrega sua auto-imagem á valores éticos e morais, talentos alternativos que ela venha a desenvolver ou inteligência, transcende as barreiras primárias do próprio ego e cria uma peneira para relacionamentos, se protegendo e se tornando uma mulher de valor. Suas qualidades serão uma base muito mais sólida para sua auto-imagem, pois não se acorda num dia menos inteligente, menos talentosa ou menos culta que no dia anterior. Mas pode acontecer de se acordar mais feia do que se estava na festa do dia anterior.
Como valores, talentos e inteligência são subjetivos, são uma garantia de estabilidade emocional, se medir por eles ela terá garantia de uma vida mais feliz, plena e com mais realizações do que se ela se preocupar apenas com o quão bonita ela está ou se há outras mulheres chamando mais atenção que ela numa certa situação.

A verdade é que a maioria das mulheres veste roupas curtas e provocantes, capricha na maquiagem e perfumes para ganhar uma vantagem nessa competição por destaque e atenção. Nenhuma mulher se arruma para si mesma, pois isso é, por definição, sem sentido. Se uma mulher realmente não liga para aprovação ou desaprovação externa, não se importará também com sua aparência, não a ponto de ser desleixada e faltar com a higiene pessoal, mas a ponto de saber ser elegante sem exageros, saber explorar sua própria beleza dentro dos limites do bom-gosto. Querer estar bonita demias apenas para si mesmo se chama narcisismo, e quando uma pessoa fica obcecada por si mesma, é hora de chamar ajuda médica. Se uma pessoa é obcecada por aceitação externa ela é mimada, dependente e provavelmente pouco culta. Em ambos os casos, percebemos que a preocupação com a aparência em demasia só demonstra fraqueza emocional. A indiferença é a bandeira da superioridade, se uma mulher está acima dos conceitos de beleza, isso se demonstrará em suas ações.
A preocupação de aparecer mal-produzida em público, de não estar vestida adequadamente ou de não estar com roupas novas é um reflexo da supérfula necessidade feminina de se manter bonita, ataente e desejável, ou seja, com vantagem para atrair homens e se destacar na hierarquia feminina. Raras são as vezes em que uma mulher consegue ser bonita de maneira natural e discreta.

O último e talvez mais intrigante ponto sobre a auto-imagem feminina é que ela é muito mais fortemente alimentada pelo ato de rejeitar do que pelo ato de aceitar um homem. Pela lógica, esperava-se que aquilo que sustentaria mais fortemente a auto-imagem feminina seria a conquista de um homem muito bonito, ou muito destadado e disputado em seu meio. Pois isso reafirmaria diretamente que ela é uma mulher bonita e destacada e capaz de ter um homem igualmente destacado. Porém o ato das mulheres de rejeitar um pretendente parece nutrir sua auto-estima de uma maneira quase que afrodisíaca.
Talvez porque mulheres sejam mais facilmente julgadas como promíscuas e de pouco valor caso se relacionem com muitos homens, isso faz com que a recusa seja um meio seguro de manter a auto-estima, escolhido por muitas mulheres. Afinal, ela não precisa aceitar o homem para saber que é desejada, basta ela saber que ele a quer. E a ceterza desse saber se dá na hora da investida objetiva, na hora da proposta ou na hora da tentativa do primeiro beijo. Como já foi confirmado para a mulher que ela é desejada, sua necessidade básica para manter sua auto-imagem já foi satisfeita, ela não precisa mais do homem. Por isso, mulheres podem se satisfazer emocionalmente apenas por rejeitar um homem.

Claro que isso nos leva a muitas outras implicações, como por exemplo: quais os pontos negativos e positivos disso, qual o papel do homem no processo, até onde esse processo é consciente e até que ponto a mulher tem a obrigação de fazer algo a respeito. Mas estas são considerações para um próximo post, pois este já está muito grande.
Em resumo, a auto-imagem feminina é construída a partir de de fatores externos, por isso é sensível ao mundo externo (opinião alheia, mídia,etc). Quanto mais fatores internos ela colocar na base de sua auto-imagem, menos sensível será ao mundo exterior e maior será sua felicidade e auto-estima.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Romantismo


Sim sou romancista
Olá e muito "prazer"
Grave bem essa palavra
Que tanto fascina você
Pois ao decorrer dos versos
Com certeza irá perceber
Que o trabalho de um romancista
Vai muito além do lazer

Sonhos e fantasias
Prazeres e devaneios
Romances perfeitos e épicos
Cortejos e galanteios
Essas são as pétalas
Da perfumada e romântica rosa
Que fascina a tudo e a todos
Seja em verso, seja em prosa

"Mas por que?" tantos perguntm
"Para que apenas sonhar?
Imaginar o impossível
Que nunca irá chegar?
Paisagens inexistentes
Mulheres mais que perfeitas
Amores sublimes e eternos?"
A esses faço desfeita

Ser romancista não é ser iludido
Mas sim a todos fornecer
A inspiração de que precisam
Para conseguir viver

O romance perfeito
É uma utopia
Quanto mais você se aproxima
Mais ele se distancia
"Então para que idealizar
um romance assim impossível?"
Porque nunca se para de andar
Para atingir o inatingível
Uma vez que a jornada visa
Um ponto além dos horizontes
Percorremos qualquer caminho
Campos, vales ou montes
O possível é muito fácil
Qualquer um pode alcançar
Mas quando se busca perfeição
Nunca se para de andar
E é na busca sem fim
Que jaz a beleza do amor
É na incerteza do infinito
Que se vê a beleza da flor
É na jornada sem amanhã
Que se pode sempre superar
O ontem, o hoje, o agora
Só pra ver o que vai chegar

E isso é que é ser romancista
Criar amores e fantasiar
Para que o mundo também não perca
O belo prazer de sonhar.
.
Acho que esse poema resume muito da minha personalidade e da minha visão do mundo em relação ao amor. Como não estamos prontos para amar incondicionalmente, o que podemos fazer é nos esforçar para chegar o mais próximo possível dessa capacidade. E o combustível para essa jornada rumo á perfeição é o sonho. Que no mundo turbulento da paixão se expressa em forma de romantismo.

terça-feira, 23 de março de 2010

Mudança

Lavo a alma, enxugo o rosto
E me vejo outra vez
Percebendo que as mudanças
Nunca vem com rapidez

Me pergunto se por isso
Devo apenas esperar
Ficar sentado esperando
A nova era chegar

Mas então eu percebo
Que na batalha que é a vida
Não há nenhum remédio
Que cicatrize a ferida

Não há nenhuma borracha
Que apague uma lembrança
Não há nenhuma lanterna
Que dê a luz da esperança
Pois o tempo é o senhor
De toda e qualquer mudança

segunda-feira, 22 de março de 2010

Autoridade em relacionamentos

Algumas vezes, pais tem que impor autoridade aos filhos quando eles ainda não tem idade para entender o motivo de uma proibição ou limitação que lhes é imposta. De acordo com o crescimento, a criança vai tendo a capacidade de entender argumentos lógicos e justificativas razoáveis dadas pelos pais. Porém, mesmo quando os filhos já entendem uma argumentação lógica, muitas vezes esta falha, e quando a lógica falha, os pais recorrem a autoridade.

Numa relação de pais e filhos, é importante ter uma hierarquia definida, afinal os pais são responsáveis pelos seus filhos e eles tem de impor limites, punir e recompensar de acordo com o comportamento do filho, afinal é uma obrigação como pai/mãe. A autoridade vêm da responsabilidade (se o filho menor cometer um crime, os pais são responsáveis) e pela autonomia econômica (quem paga as contas e compra comida são os pais).

A partir do momento que um filho ganha autonomia financeira, ele pode optar por morar sozinho e, assim, o pai perde sua autoridade. Pois não há mais responsabilidade ou dependência econômica do filho. Mas podemos analizar que até tal ponto, a autoridade dos pais sobre os filhos é necessária, clara e objetiva.

A mesma coisa acontece com professores e alunos, chefes e empregados, governantes e governados. Certos dipositivos fazem com que o primeiro detenha uma certa autoridade sobre o segundo para que a ordem das relações seja mantida. Todos sabemos que a sociedade hoje não está trata as pessoas como iguais, temos milhares de rótulos e sistemas de meritocracia que deixam claro que existem aqueles que mandam e aqueles que obedecem. Nestas relações a autoridade não é como a dos pais sobre os filhos, ela é um pouco mais tênue, mais leve, mais subjetiva.

Na filosofia chinesa, se não me engano, é descrito que na vida em sociedade existem cinco tipos de relação, em que apenas uma é igualitária, todas as outras tem que ser hierárquicas (o primeiro tem que ser superior ao segundo) se não as relações colapsam. Elas seriam:

1-Governantes e governados
2-Mestre e aprendiz
3-Mais velhos e mais novos
4-Marido e mulher
5-Amigo e amigo

Claro a igualitária é a quinta e última relação, a única onde não ha nenhum tipo de jogo de poder ou pressão autoritária. Nela, reina a cooperação mútua e neutra. Apenas nela, em nenhuma outra.

Mas igualdade não faz parte da natureza humana. Na verdade igualdade não faz parte da natureza de praticamente nenhum animal, muitos deles tem sistemas hierarquicos, os machos-alpha ou machos dominantes são os líderes do grupo, da alcatéia ou do bando.

Vivendo num mundo onde os interesses que movem a economia são primáriamente egoístas, é normal que cooperação e igualdade sejam apenas utopias. A autoridade é necessária, e muito. Se todos fôssemos muito bem esclarecidos e pensássemos sempre em sintonia, visando o bem coletivo, não precisaríamos de autoridade. Mas não é assim que funciona.

Agora, mulheres lendo isso (ou homens com pensamentos feministas) irão bufar de raiva, ou se sentir desconfortáveis ao ler que numa relação enrte homem e mulher o homem deve ser superior. Mas, após ler alguns livros, devo admitir que esta chega a ser uma meia verdade. Assim como na administração de uma empresa, a relação precisa de um líder, uma pessoa que vai tomar decisões importantes, guiar a relação, determinar seu ritmo e seu curso e ser responsável por minimizar os conflitos. É claro que esse papel quase nunca é 100% de uma pessoa só, mas posso garantir que nunca é meio-a-meio, a balança vai sempre pender para um lado, e esse lado, geralmente costuma ser o do homem.

"Você está dizendo que o homem é quem tem que comandar a relação?"

Não, ninguém "tem" que nada. A sociedade atual adotou conceitos e convenções que convergem para esse tipo de relacionamento. Pense comigo:

Temos a pessoa A e a pessoa B no relacionamento.

A pessoa A é autônoma, independente, fria, segura, indiferente e racional.

A pessoa B é dependente, apegada, apaixonada, insegura e sentimental.

Qual dessas pessoas é a mais indicada para comandar a relação? Obviamente a primeira, um líder inseguro e dependente não lidera nada. Numa relação o poder da autoridade está com aquele que estiver menos apaixonado, menos apegado e for mais capaz de pensar logicamente e racionalmente.

Eu poderia apostar minhas calças de que a maioria das pessoas, se perguntadas quem seria o homem e quem seria a mulher na situação acima diriam que A é o homem e B é a mulher.

"Mas eu conheço casos em que a mulher comanda!"

Eu também, mas as excessões confirmam a regra. Quando você vê um homem obedecendo, falando manso, deixando que a mulher tome as decisões temendo contrariá-la, a impressão imediata que se tem é de que esse homem é pouco masculino, frouxo, trouxa, corno e pau-mandado. O poder de um homem na relação está diretamente ligado a sua masculinidade, por consequência, ao seu valor como homem. Mas se uma mulher age assim, ela não parece menos feminina. Muito pelo contrário, isso pode até ter um impacto positivo, ela pode parecer mais fiel e dedicada. A autoridade é genéticamente mais necessária para o homem do que para a mulher.

Por mais que haja discordância em alguns pontos, a visão geral é essa. Leia de novo a descrição hipotética das pessoas A e B e pergunte a qualquer mulher se ela queria um homem "tipo A", ou um homem "tipo B". A resposta é óbvia. A autoridade masculina é necessária porque as mulheres em geral pedem por ela, quando um homem tende a ir para um extremo, é bom que vá para o extremo do "frio-autônomo-racional" do que para o extremo do "dependente-apaixonado-sentimental". No primeiro caso ele ainda tem grandes chances de se relacionar, mas no segundo, ele será um "escravo sentimental".

A maioria das mulheres sente um certo desprezo e até repulsa a homens que:

-Ligam para elas toda hora
-Ficam perguntando sua opinião o tempo todo
-Se mostram inseguros (medo de perdê-las)
-Se mostram demasiadamente apaixonados
-Demonstram insegurança pessoal (falta de auto-estima)
e
-Se mostram fracos, sensíveis ou pouco capazes de protegê-las

Mas se um homem peca para o outro extremo, e age com desprezo, indiferença, frieza e superioridade, ele muitas vezes se torna um enigma a ser decifrado, um desafio a ser vencido, uma fera a ser domada. É claro que isso se aplica a mulheres sujeitas ao poder do próprio ego (ou seja, a maioria).

Isso demonstra que, normalmente, a autoridade tem que residir nas mãos do homem numa relação. É claro, que se houver reciprocidade de interesses, o contrário pode ocorrer. Uma mulher que gosta de mandar e um homem que gosta de obedecer vão se dar muito bem, mas isso não muda o fato de que aos olhos da maioria das pessoas hoje, esse homem vai parecer débil, fraco e pouco masculino.

O problema é quando a mulher cobra atitude protetora, autonomia, força e virilidade de um homem mas não quer ceder á sua autoridade. Essas coisas vem em pacotes fechados, ninguém é uma mistura do cara romântico-apaixonado-atencioso com o cara viril-forte-protetor. Isso se chama "fantasia do príncipe encantado" e tem que passar aos 12 anos no máximo. Muitas mulheres não compreendem o grau de perfeição que estão exigindo de um homem quando querem que ele combine esses dois conjuntos opostos de características. Muitas vezes elas mesmas não chegam muito perto desse ideal, pois são tão normais e imperfeitas quanto os homens que repudiam.

Na grande maioria dos relacionamentos de hoje a autoridade de um dos membros é necessária para manter a relação, o menos apaixonado, o mais frio, o mais racional irá segurar as rédeas e dar as cartas. O poder de barganha dele é maior porque ele tem menos a perder, afinal, é mais independente e menos apegado que o outro. O poder de barganha é a chave para a autoridade nas relações sentimentais: quanto menos você tem A perder, menos medo você tem DE perder e vice versa.

Diferente das outras relações, a autoridade num relacionamento amoroso nunca é objetiva. Ela é uma batalha de egos, uma luta onde o mais forte e autônomo dobra o mais fraco de acordo com sua vontade subjetivamente. Chantagens são armas poderosas para se fazer valer a autoridade. Mas para o mais fraco o tiro sai pela culatra, pois o mais forte aguenta mais tempo e mais pressão por temer menos o fim do relacionamento, uma briga ou um afastamento temporário.

É claro que todas as considerações aqui são feitas levando em conta o amor passional e pessoas com uma dose humana normal de ego em si. Autoridade por poder de barganha é quase ausente em relacionamentos inde impera a igualdade, a reciprocidade e o respeito mútuo. Mas para isso é necessário altruísmo e humildade sentimentais.

Ascenção

Do fogo que me queimava
Aprendi a transcender
E das cinzas que fui em angústia
Aprendi a renascer

A cada pedra em que eu tropeçava
Já sabia o que fazer
Aprimorar meu equilíbrio
E minha vontade de aprender

Pois das pedras que me atiraram
Aprendi a me esquivar
Dos males que me causaram
Aprendi a evitar
As críticas que me fizeram
Aprendi a relevar
Das muralhas que a vida me impôs
Aprendi a contornar

Por isso, inimigos
Agradeço-lhes pelas maldades
Pois as lições da vida
Se dão por adversidades
Agradeço-lhes pela coragem
De me desafiar
Pois se eu sou mais forte hoje
Foi porque aprendi a lutar
.
Um poema de aprendizado, esforço e auto superação. Afinal, ninguém aprende nada na vitória. Apenas na derrota aprendemos a ser humuldes e persistentes.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Olhar para o passado

É estranho, você olha para tras e tem a sensação de que são minutos, não anos, que te separam daquele momento. É como olhar para a estrada que você caminhou e se surpreender: "nossa, eu não sabia que tinha andado tanto!"

É como se o sentimento viesse, mas viesse vazio, perdido, sem nada para se conectar. Sem nada concreto para se manifestar. Vem solto como poeira no vento, vem opaco como um vidro embaçado. Por tras desse vidro há coisas que você sabe que foram belas um dia, mas que devido á evolução, crescimento e amadurecimento, você teve de se desligar.

De repente você se da conta de que é o mesmo sentimento que você carrega com você. Não é algo que morreu, foi enterrado e então surgiu outro novo. É algo que foi renovado, aprimorado e reconectado á outras pessoas, lugares e eventos. O amor que sentimos durante a vida é um só, nós apenas aprimoramos nossa capacidade de amar.

Você lembra o quão bom era a simplicidade das coisas que você aproveitava, e pode até sentí-las de novo se fechar os olhos e se concentrar, e ao mesmo tempo em que elas parecem estar ali, ao alcance dos seus sentidos, elas parecem estar tão longe, como que num outro mundo, aquele que você só vai quando dorme ou delira, o mundo dos sonhos.

É poético, saber que tudo aquilo está gravado com você na sua memória, e as vezes sentir sua memória falhar. Sentir sua mente trair seu coração: "Como pude me esquecer de algo tão importante?"
O lugar que deveria ser o mais seguro acabasendo o mais flexível, devido ás novas emoções, como se as memórias novas estivessem enxotando as velhas por sua inutilidade, e aí vem aquela vontade de voltar no passado, voltar naqueles momentos, reviver tudo, só pra refrescar e ter certeza de que elas continuarão ali, vivas e nítidas como se tudo fosse ontem.
É como querer voltar na antiga casa só para querer voltar na antiga casa só para saber como ela está agora. Ver se ela está muito diferente do que era antes. Mesmo sabendo que você não voltará a morar lá, mesmo sabendo que a pessoa que está lá é agora uma desconhecida.

E as vezes parece mesmo que só há dois dias na vida: o ontem e o hoje. São tantas as boas experiências qeu podem ser acessadas como se tivessem acontecido a tão pouco tempo que você se espanta com o tempo real decorrido até então.

E parece que esse cilclo não tem fim, pois sempre haverá um passado do qual se lembrar, sempre haverá um"ontem" para nos fazer sentir que guardamos conosco essas pedras preciosas que chamamos de lembranças, as únicas provas de que o passado foi real.

Então você para. É puxado de volta. Não pela sua mente, mas pelo seu coração. Pois sua mente não te puxa para lugar nenhum, apenas guia, aponta o caminho. Quem dá esses puxões violentos que te tiram do eixo é sempre o coração.
Quando você volta para o "hoje" você percebe porque lembrou: porque seus sentimentos parecem atrair o passado como um íma. É justamente porque não ha mais nada que eles possam atraír no momento, não há onde encaixá-los. É como não ter com quem conversas e querer conversar com sua sombra atrás de você. É como não ter onde colocar uma coisa importante, e querer colocar num buraco no chão. Fica faltando algo. E nesse momento uma voz começa a falar na sua cabeça: "vá em frente, continue andando" Desta vez é sua mente.

Finalmente você se toca de porque estava parado olhando para o passado, era porque não havia nada na sua frente ainda, ou porque o que estava na sua frente estava longe demais, ou por qualquer outro motivo que tenha levado você a acreditar que não valia a pena continuar andando.

O problema é que nessa caminhada em busca da felicidade, você está carregando seus sentimentos, e para eles, não existe espaço ou tempo. Eles atravessam essas barreiras com muita facilidade. Apenas outro sentimento maior e mais forte pode acalmá-los. Enquanto você estiver assim, sensível vai olhar para todos os lugares e sentir uma pontada de nostalgia com pesar, uma mistura de alívio com ressentimento.

Mesmo assim, você sabe que isso faz parte da vida e continua a andar. Pois olhar para o passado faz parte da vida assim como o ato de andar rumo ao futuro. É Yin e yang. O caminhar e o parar, a ação e a reflexão. Pois só se vive a vida olhando para frente, mas só se entende a vida olhando para trás. E nessa olhada que você deu, acabou se lembrando de porque estava andando....

estava andando para achar algo melhor.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Amores

O que a espada não corta, a palavra há de cortar
Atingindo e fulminando, com o atrito do olhar
O que os olhos não vêem, não há de machucar
Pois cego é o coração de quem escolheu amar.

Amor doentio e parasita, que suga felicidade
Como uma droga maléfica, cega para a verdade
O que o punho não atinge, a palavra há de quebrar
Destruindo e despedaçando os sonhos de um altar

Pois fraco é o coração de quem escolheu amar
Débil é o julgamento dos que querem se entregar
Para alcançar com êxito aquilo que se almeja
Não é preciso entregar, sua alma numa bandeja
Fazer com que sua felicidade e as ações que ela permeia
Dependam do bom humor e da disposição alheia

Se apaixonar é assinar atestado de fraqueza
Validar ignorância e confirmar futura tristeza
Apenas desgraça aguarda os que se entregam a paixão
Mais cedo ou mais tarde, se decepcionarão
Sofrimento é sempre a base do fútil amor passional
A felicidade reside apenas no amor universal.

Este texto explora o lado mais negativo da paixão, ao contrário do "Necesidade de amar" que trata a paixão como algo neutro e necessário, "Amores" vê a paixão como um mal que só traz sofrimento. O poema "Aurora" também mostra alguém que se entregou a paixão, e esse poema seria como uma resposta de alguém que está observando o apaixonado com uma visão mais fria.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Eras


Eras se sobrepôem constantemente.

As vezes andamos em círculos no mesmo caminho para descobrir a verdade, as vezes descobrimos a verdade tão rápido que preferimos dizer á nós mesmos para dar mais uma volta e adiar o inevitável.

E assim passamos de era em era na vida, tentando adiar as boas e acelerar as ruins.

E algumas vezes, por mais que a tempestade esteja destruindo nosso porto, lançar-se a alto mar nunca parece uma opção segura no primeiro momento. Pobre ser humano, eternamente devorado pela própria necessidade de se sentir amado e desejado, eternamente acorrentado pelas necessidades do próprio ego.

Pobres de nós.

Mas, como já dizia o filósofo, o amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a finalidade dele é levar o ser á perfeição.

É aí que o grande dilema da vida começa.

É aí que nosso ego começa a nos dizer que somos donos daqueles que são sentimentalmente apegados á nós, que somos importantes, que somos melhores que as outras pessoas, que nossas falhas devem ser perdoadar e nossos acertos, recompensados. Que todos devem ser amáveis e gentis conosco, caso contrário, significa que não são boas pessoas.

E são essas necessidades traiçoeiras que precisam ser trabalhadas para que cheguemos ao amor universal. Passamos a vida lapidando e moldando nossa capacidade de amar incondicionalmente, que é envolvida por grossas camadas de ego bruto.

Cada era na nossa vida é marcada por uma nova etapa nesse processo de lapidação dessa jóia maravilhosa que é o amor universal. Esta jóia ainda está suja e ofuscada pelas necessidades egoístas do ser humano, ela não pode mostrar todo seu brilho, ou toda sua perfeição e simetria, enquanto não nos livrarmos das camadas exteriores.

Nossa vida é marcada por eras, cada uma, lapidando uma face diferente de nossa jóia. E por mais que saibamos que muito provavelmente nunca deixaremos ela perfeita, sonhamos com isso. Sonhamos com essa perfeição, é ela que está nos filmes, nos livros e na música. Sonhos movem o mundo, afinal, é sonhando que caminhamos rumo ao sublime.

A necessidade de amar


Dentre as muitas necessidades que o ser humano tem
A maior delas é amar, e ser amado também
Durma, coma, beba e brinque, não estará completo
Pois nada substitui o doce calor do afeto
Se sentir especial se sentir desejado
Ser importante para alguém, ser realmente amado
Saber que tem uma pessoa contando as horas pra te ver
Ter a certeza de que alguém daria tudo por você
Olhar nos olhos um do outro, para então poder falar
Aquilo que já se sabe, mas que é sempre bom relembrar
"Eu te amo", "eu te quero", "você é tudo pra mim"
Palavras que nunca cansam, palavras que não tem fim
Afinal o amor é feito de uma estranha combinação
De originalidade com pura repetição
Muda a forma, muda o jeito, mas o conteúdo não
Somos eternos escravos dessa suave sedução
A única que sacia a fome do coração
E essa fome, devo dizer, é de longe a mais sofrida
Falta de amor é pior que falta de comida
Pois é muito mais facil caminhar na estrada da vida
Quando se tem ao lado uma pessoa querida.
.
Como toda moeda tem dois lados, não podia deixar de postar textos que explorassem o lado "poético" do amor passional. Afinal, existe uma razão para ele ter sido alvo de inspiração para tantos escritores, pintores e compositores ao longo dos anos. Ele sempre parece ser mais forte que nós

terça-feira, 16 de março de 2010

Jornada


Sinto o vento no meu rosto, é a chuva que se aproxima
Vejo um véu acinzentado, quando olho para cima
Não quero parar de andar, não quero olhar para trás
Olho para o horizonte, e a esperança que ele me traz

Não sou mais prisioneiro, não sou mais um sofredor
Agora sou uma incógnita, um viajante sonhador

Sei que eu não sou inocente, sei quem eu machuquei
Mas remorso é um privilégio, que até hoje não me dei
Para quem viaja a pé, a prioridade é a economia
Qualquer preocupação é desperdício de energia.
A longa corrente do apego é grossa e pesada
E vai diminuir o ritmo da minha caminhada.

Sinto a chuva no meu rosto, e a noite se aproxima
Minha viajem começou, mas não sei quando termina
O medo ainda me assusta, mas o mistério me seduz
Caminho para o norte, caminho para a luz.

O jogador


No jogo da paixão, cada um bota seu ego em campo e que vença o melhor. Ser bom nesse jogo requer muita disciplina, resistência e, ironicamente, desapaixonamento. E como em qualquer jogo, há quem jogue sujo. Na verdade, jogar limpo nesse jogo é quase impossível, pois você estará fadado a perder muito mais do que ganhar. Conheça agora o perfil daqueles que jogam sujo, ou seja, a maioria.

Esse jogador sabe o que quer, e vai tentar conseguir da melhor maneira possível. Para ele, competir é um detalhe, o importante é ganhar, e permanecer vencedor, permanecer no controle da situação. Nada é mais importante que isso.
O jogador esperto domina a relação, dita as regras do jogo: quando vão se ver, quando não vão, quando o relacionamento termina e quando evolui para um próximo nível.

Um bom jogador desafia múltiplas pessoas para seu jogo, ele sempre tenta jogar com o máximo de pessoas simultaneamente para vencer o maior número de jogos possíveis.

Ele sempre tem um "step", uma situação que ele já domina, caso ele fracasse em alguma outra. Sempre escolhe uma pessoa para deixar vencer mais e ficar mais a vontade apenas para mantê-la interessada em jogar e iludi-la de que tem chances de vencer, nunca mostrando suas verdadeiras habilidades.
Caso ele perca ou seja humilhado em alguma partida, ele procura esse step.

Não existe descanso para esse tipo de jogador, ele sempre estará alerta, sempre pronto para uma nova jogada do lado de lá. Ele tem que estar pronto para rebatê-la, SEMPRE. Um dos lemas dele é nunca ser surpreendido. É justamente por isso que ele costuma ser descrente em relação aos seus adversários.
Não existe altruísmo no jogo da paixão, tudo é feito com algum interesse, com algum propósito. Por isso o jogador sempre desconfia se o jogo está fácil demais ou difícil demais. Extremos são sempre indicadores de anormalidades.
Um eterno desconfiado, sempre manterá uma dose de ceticismo para com seus adversários, pois sabe que subestimar é um erro grave, mas superestimar é pior ainda.

Ele nunca dá créditos de graça, respeita apenas aqueles que também jogam bem, mas isso não quer dizer que os deixe vencer, muito pelo contrário, quando sabe que as habilidades do inimigo são altas, ele joga pra valer.

Para esse jogador, o jogo da paixão é uma coisa muito séria.
Orgulho é a marca registrada dele, se ele perde e sai por baixo, humilhado, ele joga de novo só para terminar a partida no momento em que está vencendo e "sair por cima". Ele sempre detém o último movimento.

O jogador se importa com resultados finais, por isso, ele trabalha a longo prazo. Sabe que as vezes vai ter que deixar o outro ganhar para baixar a guarda, vai ter que fingir que desistiu, vai ter que recusar uma partida. Mas é tudo sempre parte de um plano maior, de um equilíbrio que o levará á vitória final.

Ele é analítico e observador. Ele observa seus potenciais adversários em outros jogos para avaliar seu desempenho e descobrir suas fraquezas, sabendo assim, como subjugá-los mais facilmente. No jogo da paixão, quem confessa seus problemas sentimentais para pessoas demais está dando armas para um possível bom jogador, que irá se disfarçar de amigo para se aproximar. Um jogador esperto sempre conhece seus inimigos nos jogos amistosos.

Se algum dos seus adversários tenta ditar alguma regra nova, o jogo acaba imediatamente, porque quem dita as regras é o jogador, é assim que ele sabe o nível de flexibilidade de cada um, vendo até onde eles se dobram a sua vontade. Assim, ele sempre fala por último, sempre realiza a última jogada.

Mas para ser um jogador não se pode estar apaixonado. Não se pode estar gostando demais do jogo ou estar dependente de seu resultado. Não se pode estar vulnerável ás jogadas inimigas. É preciso ser forte e estar pronto para suspender a partida a qualquer momento, pois é assim que o jogador mostra sua superioridade e independência sentimentais.

É preciso ver o jogo como algo profissional, onde todos jogam com algum interesse em mente, ninguém joga apenas para divertir o outro até que se prove o contrário. E provar algo para um jogador cético é muito difícil, muito mais difícil até do que vencer. E olhe que a experiência mostrou ao jogador que vencer não prova nada.

Esse tipo de jogador está solto por aí aos montes, e seu número está aumentando cada vez mais, porque aqueles que jogam limpo estão descobrindo que não tem a mínima chance contra tantas artimanhas, e acabam sucumbindo ao charlatanismo sentimental também. O jogador esperto é moldado na base da porrada. Ele se desapega de tudo e de todos através de longos processos dolorosos de decepção, raiva, dor e tristesa. Depois de ser posto á ferro e fogo, ele já não sente mais nada, é implacavel no jogo. Não há como competir com jogadores assim se você ainda é do tipo "bom desportista".

Talvez o principal fator que impulsione isso seja o de não haver punição para tais jogadores, nem recompensa para bons desportistas. Na verdade ás vezes olhamos o mundo e parece ser exatamente o contrário que acontece.
Não existe um órgão que regulamenta o jogo da paixão, não existe um juíz na partida, logo como podemos sequer dizer jogo sujo ou limpo se a única referência que temos é nossa própria moralidade (que é relativa e falha).

Mas independente do modo que jogamos, todos queremos sentir os mesmos sentimentos no final das contas.
E você, como você joga?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Caminho do sonho

Caminho no meu caminho
Mas nunca olho pra trás
Caminho porque é preciso
Preciso da minha paz

Buscando algo ou alguém
Que possa me confortar
Conforto que o meu porto
Não vai mais proporcionar

Nem triste nem feliz
Apenas esperançoso
Esperança, não me deixe
Assim tão ansioso

Nem sozinho, nem completo
Apenas viajando
Viajem rumo á loucura
Ou rumo ao meu encanto

Não seu o que era ontem
Nem sei o que serei amanhã
Mas sei que hoje sou forte
E com consciencia sã

Fico me perguntando
Se sou tolo em acreditar
Em uma luz que a qualquer momento
Pode se apagar
Mas ao menos tenho amigos
E tenho com quem andar
E o mais importante de tudo
Tenho com quem sonhar.
.
.
Este se refere ao fim de um relacionamento e a esperança num próximo. A luz que pode se apagar a qualquer momento se refere á uma esperança puramente especulativa, uma pessoa que não tem garantia nenhuma de retribuição ao sentimento de fé e esperança que é colocado nela. No final, é focada a importância do sonho para continuar andando, a importância de ter um segundo foco, nem que seja meramente mental, para se ter forças em momentos de dificuldade (como no fim de um relacionamento).

Yin, Yang e o feminismo

O taoísmo e o budismo sempre me fascinaram por pregar sobre o caminho do meio. A dedicação do corpo e da mente ao equilíbrio e harmonia. Muitos dos conceitos filosóficos contidos no budismo são hoje usados por psiocólogos e muitas outras pessoas cientificamente inteligentes como modo de vida.

Ao analisar o conceito de yin e yang, vemos que ele rege todo o nosso mundo. Yin está associado á conservação (de energia), contração, gestação, frio, água, noite e ao feminino. Yang está associado á gasto, expansão, nascimento, calor, fogo, dia e ao masculino. É claro que muitas dessas associações foram feitas pelos ocidentais, mas não deixam de ser filosoficamente válidas. A única associação errônea é de que yin e yang representam bem e mal.

O Yin-Yang representa dualidade, equilíbrio entre as forças, equilíbrio entre os opostos. E comecei a relacionar essa filosofia de harmonia num relacionamento. E acabei chegando á algumas conclusões.

Percebi que essa filosofia é válida para a postura do homem e da mulher num relacionamento onde excesso de Yang seria excesso de masculinidade, e excesso de Yin seria excesso de feminilidade.

Certos valores, dentro de um relacionamento, pertencem ao universo feminino (de maneira geral), como sensibilidade(sentimental), introversão, timidez, insegurança, apego e dependência. Uma mulher que reúne esass características não é censurada ou mal-vista de modo aberto, ela é considereda feminina, vista como uma menina que precisa de proteção ou ingênua que sofre por amar demais, mas se um homem reúne esses valores ele é considerado fraco, otário, homossexual, pau-mandado, pouco masculino ou trouxa.

Já valores Yang, ou seja, independência, autonomia, extroversão, segurança, desapego e insensibilidade (sentimental) são mais facilmente associados á homens. Mulheres que cultivam esses valores não tem muitos problemas na sociedade por causa de discriminação: o feminismo fez bem o seu trabalho. Mulheres assim são muito normalmente consideradas fortes, independentes, modernas e auto-suficientes. Homens que cultivam esses valores são apenas homens, isso quando não são taxados de ignorantes, machistas, ogros e retrógados.

Lembrete: quando eu digo "reúne" as características, quero dizer que as características citadas são as que predominam na personalidade da pessoa, e não suas únicas características existentes. Elas se expressam de diversas formas em diversos níveis.

Ou seja, considerando que nós temos o homem e a mulher, temos também os valores femininos e os valores masculinos. A essência corresponde ao ser. Yin é Yin, Yang é Yang. Não fazia sentido (antes do movimento feminista) um homem ter que ser homem, e ainda ter que ser delicado e sensível, assim como também não fazia sentido (antes do movimento feminista) uma mulher ser dona de empresa e auto-suficiente.

Continuando, o que parece ser o mais recomendável é o equilíbrio entre os dois, entre Yin e Yang, entre o masculino e feminino. Apesar de ser praticamente um machista assumido, leitor de Schoppenhauer e Nessahan Alita, concordo que opressão cega e gratuita contra nenhuma ser humano (seja mulher ou homem) não deve ser tolerável. O problema que que o feminismo não igualou as coisas, ele passou muito do ponto de equilíbrio e inverteu o lado da moeda. O feminismo se mostrou, a longo prazo, um tiro no pé das mulheres, que hoje enfrentam os maiores índices de depressão da história. (leia mais sobre esse efeito aqui). Com muitas mentiras e falácias, o feminismo começou a caminhar para um extremo prejudicial.

Logo, temos hoje desequilíbrio: Yin demais e pouco Yang na cabeça das pessoas, e onde não há harmonia, há caos. Onde ha caos, não há progresso. A inteligência sentimental das pessoas está sendo edificada sobre uma base pouco confiável, e isso está gerando estress, divórcio, falta de compreensão e mitos sociais acerca dos sexos.

Um homem deve ser homem, e uma mulher deve ser mulher, mas isso não quer dizer definir quem trabalha e quem fica na cozinha, quem vota e quem não vota, quem tem a última palavra e quem é o submisso calado. Isso é uma questão que exige aprofundamento de estudos feitos por sociológicos, psicológicos e filósofos do nosso tempo. É algo que está sendo calorosamente debaitdo por muitas pessoas extremamente inteligentes e necessita de atenção. Tanto mulheres quanto homens estão sofrendo um duro e difícil processo de perda de identidade.

Quanto ao equilíbrio e a busca pela identidade masculina e feminina, que parece estar se dissolvendo no mundo moderno, não restam dúvidas de que relação entre homens e mulheres tem um longo caminho a percorrer rumo ao equilíbrio entre si como Yin e Yang, opostos se completando.
É claro que não acredito que o feminismo seja a única fonte desse desequilíbrio, afinal ele foi impulsionado (entre outros fatores, como o socialismo) pelo machismo extremista trazido pela igreja na idade média. Mas reconheço que é um ponto importante a ser destacado, pois pouca gente parece estar ciente disso. Quanto aos outros fatores que influenciam esse desequilíbrio, estes ficam para um próximo post.

Desilusão




Ela transforma sonhos em areia.
A projeção otimista do objetivo destruída pela implacável força da realidade.
A forma ideal da expactativa futura desfigurada pelo impacto da verdade.
É um efeito comum na vida dos seres humanos.
Mais cedo ou mais tarde, uma vez ou duas, em menor ou em maior grau, todos nós temos de sentir seu amargo gosto na vida.
Criamos nossa realidade e projetamos nossa expectativa em cima das coisas porque é confortável e inspirador. O problema é quando ela é apenas confortável, e não conveninente ou segura.
Neste caso não percebemos que as mentiras que contamos para nós mesmos são as que mais doem quando são desmascaradas. São as mais difíceis de engolir.
Deopois que a desilusão se abate sobre os sonhadores, eles tomam rumos diferentes. Vemos quem são as pessoas de verdade ao testar a resistência de seus sonhos.
Uns desistem de sonhar, outros sonham menos, e outros apenas sonham sonhos diferentes, de mesmo tamanho. Geralmente esse últimos são tomados por teimosos, obstinados e insistentes.
Apesar da desilusão ser geralmente amarga e fria, ela vem com grandes oportunidades de crescimento atreladas á ela.
Porém, ha momentos em que você não sabe se está sendo testado ou se está sendo guiado. Quando será que seu fracasso significa: "tente de novo" e quando ele significa "tente outra coisa"?
Difícil de saber os desígnios da nossa própria mente e de como ela pode absorver informações a nossa volta. Difícil de identificar oportunidades que podem estar escondidas atrás de qualquer desgraça, qualquer infortúnio.
E há ainda as situações em que a desilução vem nos mostrar sonhos ainda maiores do que aqueles com os quais estávamos sonhando.
Esses casos são raros.
Mas acontecem.
E é justamente na busca pela excessão que desafiamos a regra.
E é por isso que muitos olham para o período que sucede a desilusão com esperança, para ver luz no fim do túnel. Para construir algo novo sobre os escombros, para curar a ferida, para continuar vivendo.

sábado, 13 de março de 2010

Abstração

Das lições que a vida me deu
Só algumas consigo entender
E uma delas sempre foi:
"Por que amar é prazer?"

Há tantas garotas no mundo
Gostei de algumas, é natural
Mas a natureza do amor
Parece espiritual

Esqueço meus problemas
Só de pensar em amar
O mundo para e é nessa hora
Que da vontade de sonhar

Abatendo qualquer tristesa
Há uma luz que me ilumina
Do mais físico ao mais abstrato
Doce vício que fascina

Fonte inesgotável
De forças para trilhar
O caminho dos campos de trigo
O caminho de quem quer amar.

Esse é um remake de um muito fofo que eu tinha feito quando tava apaixonadaaaaaaaço.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Campos de trigo


Caminho nos campos de trigo,
Onde posso ter você.
Onde o céu não tem estrelas,
Onde o sol não vai nascer.
Onde a chuva nunca cai,
Onde a paz é eterna.
E onde a realidade,
Em seu próprio seio hiberna.

De kimono nos campos de trigo,
Eu me faço rei
E observo tudo aquilo
Da rosa que deixei.
Todas aquelas pétalas
Que uma por uma arranquei.
Na esperança de saber
Se um dia te terei.

De katana nos campos de trigo
Eu deixo o tempo assimilar
As conquistas já honradas
E me ponho a procurar
Procurar um desafio
Uma nova glória a desfrutar
Mais um encontro épico
Um coração a conquistar.

De sandálias nos campos de trigo
Eu me ponho a peregrinar
Para ver se encontro a resposta
Que o destino não quer me dar
Para fazer acontecer
O que a vida não me oferece
O que parece me escapar
Nessa busca que só cresce

De peito aberto nos campos de trigo
Deixo amostra meu coração
Para que meus atacantes vejam
Que não sofri em vão
Para mostrar que não tenho medo
De nenhuma lâmina afiada
De nenhuma arte desconhecida
De nenhuma atacante invocada.

De olhos etéreos nos campos de trigo
Sigo em busca da minha essência
Refletida em uma outra alma
Movido por fé e carência.
E enquanto eu tiver esperança
Seguirei meu caminho
Pois sei que meu destino
Não é morrer sozinho
Qual conquista trará glória?
Só conquistando saberei
Pois se por amor eu vivo
Só por amor morrerei.

O melhor poema da temática "campos de trigo", metáfora inspirada no livro O pequeno príncipe. Vários dos poemas e textos que escrevi utilizam essa metáfora, mas esse é o mais completo.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Amor e ódio


Enquanto um fala alto
O outro sussurra aos ouvidos
Um nas trevas, outro na luz
Irmãos muito parecidos

Enquanto um é a luz de uma vela
O outro é uma estrela ofuscante
Enquanto um é o ator principal
O outro é figurante

Quando um for iluminado
Em sua sombra o outro estará
Tais irmãos como são
Nunca irão se separar

Não importa quem seja o destaque
Não importa quem é a atração
Enquanto um gasta seu fôlego
O outro prende a respiração

Enquanto houver um aliado
Há de ter um inimigo
Pois o equilíbrio das forças
Deve ser mantido.

Outro poema feito no ensino médio. Nele, a palavra amor significa amor passional, amor româmtico, ou paixão.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Tempo

O tempo não para,
Não fica no lugar
Então faz o seguinte
Pede pra ele ficar

Não sei se perdi tempo
Esse tempo todo
Pois esse tempo todo
Teve tempo pra passar

Quando deixo pra mais tarde
Não deixo o tempo correr
E mais uma vez me é tomado
Meu tmepo com você

Tudo tem seu tempo
Seu tempo pra chegar
E quando chega o tempo
Já é hora dele passar

Tempo é dinheiro
Mas estou disposto a gastar
Porque sei que não ha preço que pague
O prazer de te encontrar.

Escrito no começo do meu primeiro ano, se não me engano. Esse poema se tornou um enigma, porque não me lembro exatamente em quem eu estava pensando ou se eu sequer estava pensando em alguém quando o escrevi.

terça-feira, 9 de março de 2010

Sonho

Quando o céu fica encoberto por núvens de dúvida e angústia,
Apenas a luz de um sonho é capaz de cortar o véu negro do desespero.
Para que possamos ver que há algo além de chuvas e frio.
Ele é tão abstrato em sua essência que não pode ser desfeito por palavras crueis.
Ele é tão confortável que não pode ser afetado por realismo pessimista.
Mesmo que este aparente ser lógico, pois sonhos são como fé,
Não precisam de lógica para se sustentar.
Seus alicerces são a disposição que nossos corações tem para alcançá-los, nada mais.
Pois nada mais é necessário para caminhar do que disposição.
Quem se deixalimitar pelas pequenas variáveis da vida perde a capacidade de achar os caminhos que levam á realização dos sonhos.
Por pensarem que estão presas a suas rotineiras vidas, elas se prendem pela mente, e não conseguem voar.
Alguns dizem: "não sou pessimista, sou só realista"
Se pessoas que tem uma visão negativa do mundo são realistas, tenho pena da realidade delas.
Pois se realismo é deixar de lutar com todas as forças apenas por saber que uma derrota é provavel, prefiro ser sonhador.
Para mim, otimismo realista é estar preparado para o pior sempre torcendo para o melhor.
É saber se alimentar dos sonhos sem se pendurar neles,
É saber que qualquer pessoa, qualquer situação, está me levando em direção á ele,
É saber aproveitar o momento presente, sabendo que tenho uma meta no futuro.
Para que eu não me desvie do meu caminho, pois sempre terei esperança.
A esperança de que o que quer que esteja acontecendo, é apenas uma lição a mais para me preparar para o que vem a seguir.
E assim, a vida aos poucos se desdobrando, e o próximo degrau geralmente só nos é mostrado depois da conclusção de seu antecessor.
Então, nada melhor do que saber que todos os passos foram dados com o máximo do meu fôlego.
Nada melhor que saber que absorvi 100% das lições que a vida me passou.
E assim, quando cair, saberei que foi para aprender a manter meu equilíbrio,
Quando barreiras aparecerem, saberei que foram para testar minha força,
Quando portas se fecharem, saberei que é para que eu aprenda a achar outros caminhos.
Pois quem tem o dinamismo da mudança e a determinação do foco é capaz de tudo.
Quem sabe que a vida é feita de fases a serem superadas é forte.
Quem sabe aproveitar o máximo dessas fases é sabiamente forte.
Quem sabe de tudo sem receio nem medos,

Esse é imortal.

domingo, 7 de março de 2010

Um dia...

Num teatro, num shopping
Ou numa esquina qualquer
Um dia hei de encontrar
A minha linda mulher
E posso garantir
Com total convicção
Que esta bela dama
Cativará meu coração

Passaremos horas juntos
Mas estas, nada serão
Para saciar saudade
Que proverá da paixão
Pois quandos estivermos distantes
Cada minuto da ausência
Será como uma tortura
Trazida pela carência

Mas na hora do reencontro
Essa saudade é compensada
Pela imensa alegria
De rever a pessoa amada
E desta alegria nasce
A paixão com sua avidez
E o cilclo de sentimentos
Começa outra vez

E quando um de nóz viajar
Esperaremos impacientemente
Até chegar o dia
De se encontrar novamente
Até lá trocaremos cartas,
Mensagens e ligações
Tentando, por tais meios
Reviver as sensações

E nas datas festivas
Trocaremos mil presentes
Saberemos o que outro quer
Como se lêssemos mentes
E ainda que não possamos
Gastar muito dinheiro
Teremos um ao outro
Logo, teremos o mundo inteiro.

Nas discussões não será diferente
Pois por mais que discordemos
Já estaremos tão unidos
Que logo perceberemos
Que mesmo aos berros e xingamentos
Nos amamos porque vemos
Os defeitos que o outro tem
E assim os compreendemos

Ouviremos nossas vozes
E soarão como melodia
Veremos nossos sorrisos
E ganharemos o dia
Nos abraçaremos e sentiremos
No corpo do outro a paixão
Que é a única que aquecerá
A frieza da solidão

Quando sentados nos campos de trigo
Observando o sol se por
Lembrarei do brilho dos teus olhos
Lembrarei do teu amor
Ou numa noite de inverno
Buscando no abraço o calor
Para aquecer a alma
Como um santo cobertor
Ou num penhasco vendo montanhas
Planícies rios, o que for
Veremos que a imensidão do mundo
É menor que o nosso amor.

Este poema deve ter uns dois anos. Ao contrário de muitos outros, esse poema é verdadeiro da primeira a última linha.

Aurora

Apesar da imensidão
Dos lugares que já vi
Foi no brilho dos teus olhos
Que sem querer eu me perdi

Nessa nítida esperança
De ter você pra mim
Tudo mais parece vago
Mas todo sonho tem seu fim

Mesmo sonhando eu sei
Que a realidade pode me ferir
E por vezes me pergunto
Se devo mesmo prosseguir

Mas na hora de temer
No momento de hesitar
Observo te sorriso
E então volto a me encantar

Olhando teus olhos verdes
Como posso duvidar
Da beleza dos cortejos
Que tendem a me fascinar

As amarras da prudência
A tempos foram embora
Pois o frio da tua ausência
Anuncia a minha aurora
De novos horizontes
De novas sensações
E do amor que se semeia
Dentre os nossos corações.

Esse poema descreve os sentimentos que analiso nos textos "dilemas da paixão" e "dilemas da paixão II". Porém, o eu lírico em questão já admite abandonar a razão e a cautela e se entrega á paixão sabendo dos perigos da decepção.

Seu coração


Aquilo que hoje eu tenho
Devo áquilo que hoje sou
Pois a chama que agora me aquece
Um dia já me queimou

Se hoje eu tenho flores
Foi porque um dia colhi
E seus espinhos antigamente
Costumavam me ferir

Por isso sei muito bem
Que tenho que batalhar
Para conquistar aquilo
Que tanto almejo alcançar

Fazer do esforço um prazer
Do caminho, diversão
E conquistar todos os dias
O mesmo coração.

Curto, porém sincero. Este é relativamnente recente. A última estrofe é a que contém a mensagem mais importante do poema.

sábado, 6 de março de 2010

Nosso erro


Passamos a vida pensando que queremos coisas que só queremos porque não nos conhecemos. Se nos conhecêssemos bem não teríamos decepções. Decepção é culpa do decepcionado, foi ele que esperou demais de quem não podia dar muito.

Ainda sim, transferimos para os outros nossa responsabilidade de nos mantermos felizes. Atribuímos a defeitos alheios nossas infelicidades e apontamos tudo aquilo sobre nós que escapa a percepção dos outros para lembrá-los da obrigação que achamos que eles tem de nos manter felizes.

Esquecemos de quem é a responsabilidade sobre a nossa felicidade.

A ignorância é uma bênção, pois a partir do momento que tomamos conhecimento de um problema que nos diz respeito, temos a obrigação de fazer algo para resolvê-lo. Pessoas sábias, que sabem das próprias que sabem das próprias capacidades e dos outros que as cercam tem o dever de abrir os olhos daqueles que os cercam para seus próprios corações. Tem a obrigação de usar sua sabedoria para melhorar o mundo a sua volta. Já os ignorantes que não se conhecem e não conhecem o mundo a sua volta, não tem culpa das adversidades por eles criadas, porém, estão aprisionados dentro dos limites do entendimento deles sobre o mundo mundo que lhes cerca, e nada compensa isso. A ignorância é uma bênção porque a responsabilidade do conhecimento é vista como uma maldição.

Ora, se somos autotes do nosso destino, somos donos da nossa felicidade, se nós é que temos o maior poder de influência sobre nossas vidas, por que então reclamamos das limitações de nossas vidas? Por que apontamos as ausências e as faltas dos outros e nos irritamos com elas? Por que deixamos de perseguir sonhos depois de ouvir palavras de pessimismo daqueles que não conseguiram atingí-los?

Porque ainda não temos o controle sobre nosso poder. Porque ainda somos limitados inconscientemente pela sociedade em que vivemos. Porque conformismo, medo e pessimismo são como um vírus abstrato que destrói a capacidade de sonhar das pessoas, e assim como um vírus, ele se espalha, infectando mentes novas e férteis e plenamente capazes de criar um mundo melhor. Mas em sua inocência compram o pobre e limitado modelo de vida criado por aqueles que não conseguem mais sonhar, e crescem, e crescem se tornando mais um agente transmissor de idéias prontas.

Mudança. O universo, a natureza, tudo está em constante mudança. E por mais que a tendência de tudo que existe seja mudar, o tolo ser humano tende a resistir a mudança. E essa é sua perdição. Em seu egoísmo, ele pensa deter a razão e a verdade, e resiste toda a vez em que uma perspectiva que ultrapassa sua percepção aparece. Pois o ser humano tem medo do desconhecido. Tememos a natureza do desconhecido, pois tememos o desconhecido por natureza. E nosso temor é a porta de entrada para as desgraças que tanto repudiamos.