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quinta-feira, 18 de março de 2010

Amores

O que a espada não corta, a palavra há de cortar
Atingindo e fulminando, com o atrito do olhar
O que os olhos não vêem, não há de machucar
Pois cego é o coração de quem escolheu amar.

Amor doentio e parasita, que suga felicidade
Como uma droga maléfica, cega para a verdade
O que o punho não atinge, a palavra há de quebrar
Destruindo e despedaçando os sonhos de um altar

Pois fraco é o coração de quem escolheu amar
Débil é o julgamento dos que querem se entregar
Para alcançar com êxito aquilo que se almeja
Não é preciso entregar, sua alma numa bandeja
Fazer com que sua felicidade e as ações que ela permeia
Dependam do bom humor e da disposição alheia

Se apaixonar é assinar atestado de fraqueza
Validar ignorância e confirmar futura tristeza
Apenas desgraça aguarda os que se entregam a paixão
Mais cedo ou mais tarde, se decepcionarão
Sofrimento é sempre a base do fútil amor passional
A felicidade reside apenas no amor universal.

Este texto explora o lado mais negativo da paixão, ao contrário do "Necesidade de amar" que trata a paixão como algo neutro e necessário, "Amores" vê a paixão como um mal que só traz sofrimento. O poema "Aurora" também mostra alguém que se entregou a paixão, e esse poema seria como uma resposta de alguém que está observando o apaixonado com uma visão mais fria.

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