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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Custo x benefício


A relação custo x benefício é um cálculo feito antes de toda e qualquer escolha que tomamos na vida. Quando você sai para comprar pão na padaria você assume que o benefício de comer o pão supera o custo de ter que ir buscá-lo. Quando você faz questão de escovar os dentes de manhã, você assume que o benefício de ter dentes saudáveis compensa o custo da escova, da pasta de dente e do tempo que você gasta para escová-los. A intenção é sempre o menor custo possível, pelo maior benefício possível.

Todas as escolhas passam primeiro pelo mesmo cálculo de custo x benefício antes de serem feitas. E isso geralmente leva um tempo muito curto para acontecer quando se tratam de pequenas coisas como comprar pão ou escovar os dentes.

Mas e quanto ás decisões mais complicadas como entrar ou sair de um relacionamento? E quanto á coisas como contar ou não uma mentira?

Nesses casos o cálculo custo x benefício não é tão fácil e objetivo como nos casos anteriores. Precisamos de tempo e de uma mente tranquila para conseguirmos fazer esse cálculo direito. Porém, não é como na matemática, onde 2+2 são 4 não importa quem faça a conta. Seus critérios para fazer o cálculo são completamente relativos, eles dependem totalmente da sua ética, daquilo que você acredita ser o melhor para você e das suas necessidades emocionais. Logo, o cálculo de custo x benefício é, em parte, um processo emocional.

OK, então as escolhas que fazemos tem influência do nosso emocional, grande novidade.

Mas isso é só o início. Se o cálculo tem influência do emocional, ele adiciona ou subtrai valor do custo ou do benefício, afetando o resultado da conta. Mas seu emocional não é constante, você não está sempre se sentindo da mesma maneira, não está sempre com a mesma dissposição emocional, sendo assim o mesmo cálculo custo x benefício pode mudar de um dia para o outro. Hoje pode parecer vantajoso discutir sobre um atraso alheio para um compromisso, mas amanhã de manhã talvez você pense diferente.

Considerando essa instabilidade emocional, conclui-se que quanto menos interferência emocional você tiver no seu cálculo, melhor. Afinal, seu resultado será mais confiável e a possibilidade de fazer escolhas certas aumenta. Sendo assim, se você tiver a capacidade de enxergar situações a longo prazo, e ter uma visão ampla das consequencias das suas escolhas, você pode perceber os custos e benefícios com mais precisão.

OK, se formos sensatos, maduros e inteligentes, nossas escolhas tem maior probabilidade de dar certo, grande novidade.

Mas ainda não acabou.

Ninguém disse que os melhores e mais precisos resultados da relação custo x benefício estão sempre de acordo com aquilo que você acredita, ou considera certo. Não está escrito em nenhum lugar que a escolha mais benéfica será sempre a escolha politicamente correta.

Você acha errado matar? Provavelmente sim, mas se você tivesse uma arma na mão (e soubesse como usá-la) e visse um terrorista amarrado á uma bomba, correndo em direção á um aglomerado de pessoas pronto para se explodir, você atiraria? A relação custo - benefício diz que você deve atirar, pois é melhor morrer um do que morrerem vinte. Mas sua ética diz que matar o terrorista é um direito que você não tem.

Claro que este é um exemplo muito extremo, mas esse mesmo conflito entre crenças pessoais e éticas contra a relação custo-benefício acontece em nossas vidas toda hora. E é aí que está o grande X da questão: fazer o que é certo e deve ser feito, ou fazer o que é benéfico e pode ser feito?

Quando aquilo no que você acredita, os princípios que você defende e as regras que você segue não vão trazer vantagem alguma para você ou as pessoas á sua volta, o que fazer? Você segue as regras á risca? Então você é do tipo de pessoa que deixaria o terrorista explodir os vinte inocentes. Você acha que é possível dar uma "escapulida" em prol de um bem maior? Então você é corrupto e pouco confiável.

Qual o ponto de equilíbrio entre aquilo que é certo e aquilo que é conveniente?

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