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sábado, 19 de junho de 2010

O ideal de platão

"Ninguém é perfeito"
"Todo mundo tem defeitos"
"As coisas nem sempre são do jeito que agente quer."
"A vida é dura"

Essas frases são famosas, todos nós sabemos que não estamos vivendo num mar de rosas. Todos nós sabemos que o mundo não é um paraíso composto por anjos. Mas então o que seria esse paraíso? O que seria o sublime? O homem perfeito e a sociedade perfeita existem? Ou seu conceito é completamente relativo e subjetivo?

Bem, Platão achava que existiam. Todos conhecem o mito da caverna e sabem como ele mostra que nosso mundo é só uma sombra do mundo real. Para ele todo o homem é apenas uma cópia malfeita do homem perfeito, toda a árvore é apenas uma réplica defeituosa da árvore perfeita, tudo que existe no mundo é uma representação falha de algo maior e melhor que o antecede: o mundo das idéias. (o ideal)

Para ele a perfeição não podia ser relativa, pois não seria perfeição, já que o que é perfeito é imutável. O mundo ideal era o mesmo para sempre e para todos pelo simples fato dele ser perfeito. Logo o que era perfeito para ele, era perfeito para qualquer pessoa.

Mas o que eu achei realmente interessante no pensamento do platão era que ele, assim como todos os outros gregos, acreditava num conceito diferente de perfeição do que acreditamos hoje. Perfeição para um grego não era a ausência de defeitos. Para ser perfeito uma coisa tinha de realizar aquilo que ela fora criada para realizar.

Outro conceito grego muito importante para entender melhor esse pensamento era que o homem, apesar de ser corruptível, tende naturalmente para o bem. Todo o ser humano é, por natureza, bom.

Se juntar mos uma idéia a outra, temos o seguinte pensamento:
Perfeito é aquilo que faz aquilo que foi criado para fazer, aquilo que age de acordo com a própria natureza.
A natureza do homem é boa.
Logo, o homem perfeito é naturalmente bom.

Uma das interpretações que podemos tirar disso é que a ausência de defeitos não é o foco importante da perfeição, mas sim seguir a natureza.

E qual é a nossa natureza?

É sobreviver.

E já que o homem não vive sozinho temos que nos focar na sobrevivência da nossa sociedade.

Teremos mais chances de sobreviver (como sociedade) se ajudarmos uns aos outros, preservarmos o meio ambiente e evitarmos ser destrutivos. E essa é nossa tendência natural, nós apenas deixamos nossas paixões nos corromperem no meio do caminho.

Simples não?

O mundo perfeito, o homem perfeito e asociedade perfeita não são aqueles que não tem defeitos, não são aqueles que não tem necessidades ou são desprovidos de paixões. Esse conceito moderno de perfeição é inacalçável por definição.

Mas se prestarmos mais atenção na vida prática, perceberemos que o ideal não está muito longe da sua realização. Basta um pouco de boa-vontade.

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