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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Dilemas da paixão V


A solidão traz liberdade. E as vezes, tras carência....

...e na carência da solidão você vê sua razão te deixar aos poucos, você sente seus sentimentos aos poucos aglutinarem as suas conclusões sobre o quão bem você estava e como é bom ser livre.

Aos poucos a sua segurança vai se deteriorando, sendo corroída pelas suas dúvidas.
Aos poucos, suas convicções vão sendo, uma a uma, assassinadas silenciosamente pelos seus medos. Você não percebe isso acontecer.
Quando se da por conta já esta completamente sem defesas, totalmente vulnerável a qualquer tipo de ataque ou armadilha, sensível á qualquer tipo de dano, por menor que seja.

Suas exigências entram em baixa, você diminui os pré-requisitos necessários para escolher alguém, começa a cogitar possibilidades que antes julgava impossíveis. Começa a, lentamente, entrar em desespero. Sua necessidade vai lentamente te botando num estado similar a uma crise de abstinência. Nesse estado, você já não é mais dono dos seus pensamentos.

Escolher um parceiro sob tal estado emocional é óbviamente perigoso e arriscado, pois sua visão estádistorcida, seus pré-requisitos estão anulados e sua capacidade de discernimento entre o que vale a pena e o que não vale foi varrida pela carência. Apesar de tudo isso, essa é justamente a hora em que nós mais precisamos de alguém especial do lado.

O engraçado é que nosso magnetismo pessoal não brilha nessas horas. Nessas horas estamos inseguros, fracos e pouco confiantes. Apenas quando estamos num estado autônomo e independente é que nossa personalidade aparece em toda a sua glória. Só parecemos atraentes, fortes e magneticamente desejáveis quando não estamos precisando de ninguém e, ironicamente, esses parecem ser os momentos em que as propostas e oportunidades parecem aumentar.

A carência parece ser uma brincadeira da vida, uma piada do destino que parece falar: "ta vendo? Naquela hora você não quis!". Ela é justamente o estado emocional em que você mais sofre pela falta de tudo aquilo que tinha em abundência em outros momentos: auto-confiança, carinho, valorização da auto-imagem. Mas quando essas coisas vem, é na hora em que nós viramos de volta para a vida e dizemos orgulhosamente: "agora eu não quero mais". E dispensamos doações daquilo que não nos falta, justamente quando são dadas de bom grado.

Quando temos não precisamos,
Quando precisamos não temos
E quando precisamos "E" temos
Devemos agradecer pela sorte...

...de o destino ter sorrido para nós justamente na hora em que estávamos de bom humor para sorrir de volta.

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