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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Em suas veias


Nosso cérebro super bem desenvolvido tem toda sua programação em cima de duas premissas básicas: sobrevivência e reprodução. Você, como um ser vivo, tem como primeira prioridade, sobreviver, e como segunda, se reproduzir. Estas sempre foram as duas coisas mais importantes para qualquer ser vivo continuar existindo, e nós apenas nos diferimos dos outros que compartilham o planeta conosco porque temos maneiras mais complexas e elaboradas de perseguir essas prioridades.

O cérebro do homem muitas vezes parece trabalhar apenas para fazê-lo cumprir um papel: se reproduzir. Por mais evoluídos que possamos parecer, muitas vezes homens se encontram no meio de uma linha de pensamento intelectual profundo, totalmente concentrados em algo importante e complexo e basta uma mulher bonita passar e pronto, seu cérebro parece interromper suas atividades para contemplar um par de belas pernas. Isso acontece com muito mais frequência do que as mulheres pensam e é totalmente automático, pois homens foram programados para se replicar muito mais do que mulheres, pelo simples fato de que eles não precisavam se preocupar com 9 meses de gestação.

Mas se temos este desejo desenfreado de reprodução, se nossa luxúria transborda tanto assim de nós, porque quase todos os homens tem o que chamamos de "ansiedade de aproximação"? Sabe a mulher bonita que interrompeu os pensamentos academicos? Pois é, se um amigo se aproxima e lhe diz, vá lá e fale com ela. Uma sensação de insegurança de repente irá brotar dentro de você, talvez de maneira forte o suficiente para te impedir de fazê-lo, pois confie em mim, todos os homens tem isso, existem os que sabem lidar com essa ansiedade e os que não sabem, e acabam por reforçá-la por inércia.

Mas ela está lá, o homem quer correr atrás das mulheres mais belas e magníficas que andam sobre a terra, mas ele geralmente não tem coragem o suficiente para fazer isso sem uma série de estímulos secundários, como álcool, apostas com amigos, estar num lugar diferente no qual ele sabe que é pouco conhecido...

Emfim, porque será que mesmo sendo programados para reproduzir, somos muitas vezes paralisados por medo de rejeição?

Simplesmente porque antes de nos reproduzir, precisamos sobreviver, essa é a nossa primeira prioridade.

Mas nós não iremos morrer ao sermos rejeitados, aproximar-se de uma mulher bonita não põe em risco nossa sobrevivência. Bem, pelo menos não hoje em dia. Lembre-se que todas as sensações automáticas que são disparadas em você estão enraizadas em seu cérebro há muito tempo. E há muito tempo havia um bom motivo para temer a aproximação, há cerca de 40 mil anos atrás, quando nossos ancestrais se organizavam em tribos de cerca de 50 indivíduos, aproximar-se de uma mulher era perigoso. Pense bem, se você não fosse o líder da tribo, ou um dos amigos próximos do líder da tribo e abordasse uma fêmea sem saber se ela já estava tomada por outro macho, você tinha chances reais de ser brutalmente morto por eles. Tente fazer o cálculo de quantos homens na hostória da nossa evolução já morreram mortes muito dolorosas por terem abordado a mulher errada. Com certeza foi um número grande o suficiente para enraizar nos nossos cérebros o medo da aproximação.

Mas isso não é tudo. Parte da ansiedade de aproximação tem outra origem.

Numa comunidade de 50 indivíduos, quanto são mulheres? Quantas dessas mulheres não são novas demais ou velhas demais para se reproduzir? Quantas dessas mulheres já não tem um "parceiro" que a protegerá de outros machos? Quantas desses mulheres não estão doentes ou aparentam ter poucas condições físicas de gerar um bebê? De repente seu número de opções desce para 3 ou 4. E vamos nos lembrar que á 40 mil anos atrás, era muito difícil simplesmente abandonar seu grupo a arranjar um novo, não se saía por aí andando sozinho até encontrar uma nova galera, o mundo era um lugar hostil e inesplorado, com muito mais animais selvagens que podiam comer sua carne ou te envenenar num piscar de olhos.

Sendo assim, caso você abordasse uma dessas 3 ou 4 disponíveis e falhasse, a garota que te "rejeitou" muito provavelmente falaria isso para seu sub-grupo pessoal (as duas ou três amigas de confiança que se assemelham a ela em idade, ou seja, justamente as suas outras opções). E pronto, num passe de mágica você acaba de eliminar seus genes da face da terra, pois aquela fêmea dirá as outras que você não está pre-selecionado, que você falhou em algum pré-requisito que não te torna digno de ser um reprodutor, logo, como você muito provávelmente nunca sairá daquela tribo de novo, nunca mais vai transar na vida.

Conclusão: Se você abordar uma garota e falhar, ou você vai ser morto, ou nunca mais vai fazer sexo na sua vida. Pelo menos é assim que o seu cérebro primitivo vê, o cérebro moderno moldou esse medo em algo um pouco diferente hoje, algo um pouco mais elaborado, mas que funciona mais ou menos do mesmo jeito. O medo da falha também se aplica á qualquer cosia que você vá tentar na vida, o medo do desconhecido surgiu do mesmo modo, toda vez que uma tribo tinha de mudar de lugar, corria o risco de encontrar animais selvagens insetos e plantas venenosas, tribos rivais, etc...

Lembre-se, os homens que eram fracos e medrosos tiveram seus genes apagados da história. Somos descendentes dos líderes das tribos, dos fortes, dos destemidos, dos melhores. Há 40 mil anos atrás, uma pessoa com 4 graus de miopia não teria a menor chance de ser um bom caçador, naquele tempo, se você contraía simples infecção, era só uma questão de tempo até você estar morto. Apenas os mais saudáveis e resistentes conseguiram prosperar, e isso é uma grande lição para nós hoje.

Apesar de não "precisarmos" mais da seleção natural (pois hoje temos o domínio da medicina), seria um erro achar que ela parou de agir totalmente, ela ainda trabalha nas nossas mentes sofisticadas, ainda afeta o modo como nossas relações funcionam. Então, antes de resungar que ninguém te ama, que você não presta pra nada, que tem medo de fazer isso ou aquilo ou achar que você é pouco merecedor do amor daquela pessoa especial, lembre-se dos milhões que vieram antes de você, lembre-se das inúmeras gerações de vencedores que morreram antes de você viver, lembre-se que você hoje tem, invariavelmente correndo nas suas veias...

...o sangue dos vencedores.

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