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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dilemas da paixão XII


Quem acha que a paixão é como uma flor silvestre, que nasce cresce e morre, apenas podendo ser observada com fascínio durante um brevíssimo período de tempo está meio-certo. Os dilemas da paixão não acabam com o rompimento, pois sentimentos ecoam dentro de nós como gritos ecoam num grande salão vazio.

Muitas vezes o custo benefício de uma relação se vê desvantajoso para uma das partes e o fim chega. E com ele vem, óbviamente, o sofrimento (mais para a pessoa que estava em desvantagem do que para a outra). Mas "fim" e "rompimento" são palavras diferentes.

A estabilidade emocional da pessoa é diretamente proporcional ao tempo que está irá aguentar sozinha, assim como sua capacidade de assimilar as lições aprendidas no relacionamento. Mas por mais estável que a pessoa seja, ela ainda é um ser humano, suscetível á sentimentos. E quando os sentimentos de posse, apego e orgulho começam a ser bombardeados, um tipo de guerra fria começa:

Ambos os lados se danificam, ambos ficam receosos de fazer qualquer manobra e muita desconfiança paira sobre qualquer tentativa de reconciliação. Um observa o outro de longe com o ego e o orgulho extremamente sensíveis e esperam, no ínimo, não sofrerem ataques. E nesse estado de tensão emocional misturado com carência, nossos sentimentos e nossa razão estão constantemente se empurrando para ganhar espaço nas nossas cabeças. Mas assim como todos já bem sabem, toda guerra é danosa, a melhor saída é sempre um trato.

Mas que tipo de trato? Um trato de paz onde cada um respeita seu espaço ou uma tentativa de reconciliação? Bem, ainda usando a metáfora da guerra, porque você buscaria aliança de cooperação mútua quando você é muito mais forte que seu inimigo, quando não há nada que ele tenha que você já não tenha em abundância? Nesse caso não há absolutamente nada com o que se preocupar, afinal, a vantagem era sua, você tem muito mais poder que seu inimigo e pode se utilizar deste poder para obter o que quiser dele.
Mas se você for mais fraco, qualquer risco é uma ameaça. Qualquer manobra do outro lado merece total atenção, se o inimigo simplesmente se mover em sua direção, você já ficará tenso, pois sabe que nada pode fazer para se defender dele. E, é claro, você estará (por dentro) rezando por uma conciliação.

E então entramos em mais um dilema da paixão, após um rompimento, como o fraco e como o forte deveriam proceder? Quais são os danos irreparáveis e quais são as ofertas vantajosas? Até que ponto você está sendo enganado pelos seus próprios sentimentos e até onde a experiência do rompimento lhe trouxe novas perspectivas? Tentar buscar tratados apenas extenderá a guerra fria ou você será capaz de obter paz novamente?

Bem vindo, a mais um dilema da paixão.

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