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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A regra de ouro


Creio que nenhum mecanismo seja mais eficiente para viver a vida do que a regra de ouro. Várias religiões ou filosofias estimulam ou defendem o princípio de "não fazer com os outros o que você não gostaria que fizessem com você." e/ou "fazer aos outros o que você gostaria que fizessem com você"
O mecanismo é extremamente simples, mas sua aplicação, nem tanto.

Diversas variáveis entram em nosso caminho quando nós tentamos aplicar a regra de ouro, tais como auto conhecimento, maturidade e ego (esse último é o que mais complica). Tais variáveis precisam ser estudadas para que possamos aplicar a lei de maneira eficiente e abrangente, pois elas vão ditar o quão justo você será capaz de ser, antes que suas necessidades pessoais comecem a interferir no seu julgamento.

Sendo assim, é importante também identificar qual o tipo de virtude que deve ser cultivada para estimular nossa capacidade de aplicar a regra, quais são os valores que vão nos deixar mais propícios á sermos bons "legisladores" por assim dizer.

O primeiro e mais importante deles é a empatia. A empatia é a capacidade de sentir o que os outros sentem, a capacidade de se colocar no lugar do outro de maneira a compreender seus sentimentos. Sem empatia é impossível aplicar á regra de ouro, pois você estará cego para as necessidades alheias. Ela é o primeiro combustível que vai alimentar sua relação com as pessoas, uma vez que o ser humano é um animal social.

Quanto mais capaz de compartilhar sentimentos alheios você for, mais eficiente você será em preservá-los. Mas nossa reflexão não pára por aqui, pois mesmo tendo empatia, não adianta nada se você não tiver sabedoria para aplicá-la corretamente. A maioria das pessoas, quando tenta se colocar no lugar das outras, falha miseravelmente, principalmente quando se trata de relacionamento passional. Temos um vício de sair da nossa posição e logo depois voltar para ela de novo sem perceber e fazer um julgamento unilateral. Exemplo:

"Ela fica irritada quando eu bebo, mas eu não ficaria irritado se ela bebesse, logo, o problema é ela, que não me entende! Olha só como sou compreensivo e ela não!"

Esse erro é extremamente comum, a pessoa acima não se colocou no lugar da companheira, pois a bebida obviamente tem significados diferentes para os dois. O pensamento certo seria:

"Ela fica irritada quando eu bebo, existe alguma coisa que ela gosta de fazer que me deixe irritado também?"

Aí sim estamos indo na direção certa. Para você evitar machucar os outros e tentar agradá-los, sua ética precisa seguir uma lógica válida, a maioria das pessoas só enxerga o próprio umbigo e esse é o problema, elas costumam ser péssimas na aplicação da empatia justamente porque elas na verdade nunca deixam de lado o próprio ponto de vista.

Logo depois de aprender a aplicar empatia corretamente, chagamos ao nosso último e maior obstáculo: o ego. Vai chegar um momento em que você vai esbarrar nele e é aí que a parte difícil começa. Seu ego está atrelado a sua auto-imagem que é um amontoado de coisas como: o quão bonito, talentoso, poderoso e cobiçado você é em relação as outras pessoas, o quão bom e digno de atenção e respeito você acha que é em comparação ao que você recebe dos outros e também a diferença entre as expectativas dos outros sobre você em contraste com o quanto delas você consegue atingir. Deu pra notar que os outros tem sempre um papel chave no seu ego.

No momento em que você abrir mão da sua ética em nome do bem estar, no momento em que você deixar de lado princípios visando conforto, este é o momento que seu ego esta entrando no caminho. Muito cuidado com estes momentos, só você pode indentificá-los a tempo, para que não causem danos.

Lembre-se, antes de aplicar a regra de ouro com os outros, você tem que aplicá-la em você mesmo.

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