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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Auto-crítica


Não crescemos nos momentos fáceis, não crescemos com elogios, não nos tornamos pessoas melhores nas épocas de calmaria. Aquilo que nos faz nos sentir bem e aquilo que nos faz crescer são duas coisas distintas, muito distintas. É sob pressão e calor que os elementos se transformam, é na hora da pancada que vemos a resistência do material. Sendo assim, é normal de muitas pessoas manterem uma visão exigente de si mesmas em prol do desenvolvimento.

Afinal, se você se acha a última coca-cola do deserto, tende a acreditar que quase sempre tem razão e que os outros é que são privilegiados de estar ao seu lado, é muito provável que você seja um tanto quanto imaturo. Para crescer é preciso uma certa dose de humildade e também ser um pouco duro consigo mesmo as vezes, para evitar mentir para si mesmo, jogar a culpa dos seus erros nos outros, etc...

Mas e quando a auto-crítica começa a ultrapassar os limites e já não é mais benéfica? O que acontece na mente da pessoa que cobra tanto de si mesma, que o esforço que ela despeende para atender as próprias expetativas lhe esgota? A auto-crítica é boa até certo ponto, mas o seu perigo é que ela corrói auto estima muito rápido. Se você nunca é bom o suficiente, se você nunca é belo o suficiente, se você nunca é interessante o suficiente, se você nunca é talentoso ou inteligente o suficiente, vai chegar uma hora em que a frustração de não ser aquilo que você acha que tem que ser vai ser maior do que a satisfação de estar sempre em evolução.

E não se engane, quando eu digo "atender ás suas próprias expectativas" estou falando sério, o mundo não quer que você seja nada, na verdade, a maioria das pessoas não liga muito para o que você é ou deixa de ser, a grande maioria das pessoas que você conhece não liga a mínima para a cor doseu cabelo, seu peso ou que curso você escolheu seguir, e isso é ótimo, pois você não deve satisfação á elas. É na sua mente que está a lista de exigências.

Todos nós precisamos de pausas nos exercícios, de intervalos nos estudos e de momentos de amor-próprio em meio a selva emocional em que vivemos. Tire um tempo para olhar tudo aquilo que você já fez, tudo aquilo que você conquistou, o quanto você mudou em um, três ou cinco anos, no tanto que você aprendeu com seus últimos relacionamentos, do tanto que você melhorou sua maneira de pensar depois de entrar na faculdade...

Olhe para si mesmo de vez em quando e orgulhe-se, e acima de tudo, não negue elogios sinceros, não desvalorize consideração. As pessoas que vêem em você aquilo que nem você vê em si mesmo costumam estar naquele pequeno grupo de indivíduos que realmente se importam com você. As palavras daquele amigo não tão sóbrio, os elogios daquela pessoa que tem tanta sintonia com você, a disposição daquela pessoa que nem tinha planejado te ver, essas são as coisas mais verdadeiras e sinceras que você pode esperar dos outros.

E quando a hora de ser forte vier, e ela virá, você vai batalhar muito melhor. Você vai enfrentar os tempos difíceis com muito mais facilidade, justamente por causa dessas pessoas, que conseguiram ver e fizeram questão de te mostrar tudo aquilo...

...que há de melhor em você.

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