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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Minha lente


Se você usasse minnha lente, com certeza concordaria comigo. Se conseguisse enxergar o que eu enxergo, você não teria dúvida nenhuma de toda a beleza que eu descrevo quando olho e digo o que vejo...

Se você usasse minha lente, choraria. Com o tamanho da beleza singular que estaria perante seus olhos, com o quanto aquilo que se almeja combina com aquilo que se vê, como encontrar uma paisagem paradisíaca depois de muito tempo de procura.

Se você usasse minha lente, não entenderia como não havia visto tanta coisa antes. Como ainda estava vendo paredes no lugar onde haviam portas. Como uma ilusão de ótica onde aquilo que foi visto não pode mais ser ignorado.

Se usasse minha lente, veria arranhões e talvez um grão ou outro de poeira aqui e ali, mas isso provavelmente nada seria comparado a nitidez de tudo aquilo, tudo aquilo....

tudo aquilo...

...que eu aprendi a ver.

Se usasse minha lente, minhas palavras cairíam ao vento por inutilidade, não precisaria tentar explicar o meu mundo, não precisaria gesticular e demonstrar como as coisas são quando eu as observo, essa lente, construída a ferro e fogo num ângulo único, que se aperfeiçoa com o tempo, ganhou a habilidade de ver tanta coisas que você deveria ver, que muitas vezes eu me pergunto:

Por quê?

Mas acho que, no fundo, se usasse a minha lente. Você não acreditaria nos seus olhos, tão diferente é a visão que ela proporciona da sua realidade. É possível que você as jogasse fora e dissesse: "besteira". Pode ser que você dissesse que aquilo não é real, que as manchas na lente estão prejudicando a visão daquilo que realmente é, mas então eu pergunto: o que é real?

Ah, se você usasse minha lente. Você não faz a menor idéia do tamanho e da beleza do que você veria, não tem noção da perfeição que mora na simplicidade que eu observo, não imagina a riqueza da visão que ela é capaz de proporcionar, como e porquê ela é capaz de proporrcionar tal visão? Não sei. Mas ah...

...se você usasse minha lente.

Um comentário:

  1. As pessoas costumam ter um olhar cético sobre si mesmas, e muitas vezes nos perguntamos, porquê? Talvez se adentrarmos afundo no mundo de cada um, e passássemos por cada experiência vivida por eles talvez entenderíamos o porque dessa visão distorcida. Realmente, cada um é um mundo, e cada um possui uma maneira distinta de enxergar as coisas a volta, mas como saber o que é real e o que não é?
    Creio que os filmes e propagandas impõe padrões sobre diversas coisas, como a estética perfeita, a família perfeita, o relacionamento perfeito, o profissional perfeito ou a vida perfeita, e de maneira tão idealizada, que faz com que as pessoas se sintam pequenas diante da "grandiosidade" dos outros.
    No fim não existe ninguém melhor do que ninguém, tudo se resume a padrões que construímos a vida inteira, e por querermos enquadrar as pessoas, acaba que algumas se encaixam e outras não, e isso faz com que muitas vezes não enxerguemos no outro ou em nós mesmos aquilo que existe de tão belo, por um simples julgamento inconsciente.
    O importante é que cada um de nós encontremos pela vida pessoas que nos ensinem a ver de maneira diferente, e a nos enxergar com outras lentes, de modo a tirar as escamas dos nossos olhos e nos fazer ver o melhor que existe em nós. Você é uma delas.

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