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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dilemas da paixo XIII


Sentimentos são viajantes do tempo. Apesar da vida se viver, teoricamente, no presente, muitas vezes nos vemos sendo fortemente influenciados por sentimentos que tem origem naquilo que já foi, ou naquilo que será. Nosso passado e nosso presente por vezes nos abençoam com alegrias que não estão ali, e as vezes nos amaldiçoam com agonias também inexistem no momento que vivemos.

As longas garras dos sentimentos parecem sempre conseguir nos alcançar, no passado através de traumas, experiências e lembranças, e no futuro através de sonhos, expectativas e receios. É claro que essa influência não é uniforme, algumas pessoas são mais propícias a receberem a visita dos sentimentos do futuro, outras, do passado. E algumas outras ainda parecem não se deixar levar por eles, vivem um dia de cada vez e não são muito influenciadas nem pelos sonhos nem por pesadelos.

Qual seria a que mais nos aproxima da felicidade?

Ignorar passado e futuro nos imuniza até certo ponto, não tememos perguntas como "e se?". Ver apenas o momento presente simplifica muitos dos nossos cálculos de custo benefício simplesmente porque as variáveis a serem calculadas são poucas, o dia de hoje é um dia curto. Ver cada situação como única s singular nos faz poder aproveitá-las melhor, e evita a perda de oportunidades. Porém há uma desvantagem nisso, a probabilidade de cair em ciclos viciosos aumenta se você não presta atenção no passado ou aprende a enxergar situações a longo prazo, cometer o mesmo erro repetidas vezes é infinitamente mais fácil para pessoas de memória emocional de curto prazo, pois quer queiram quer não, quem ensina é a dor. Se esta não se perpetuar em nós, sofreremos indefinidamente pelas mesmas coisas, sem poder evoluir.

Por outro lado, a postura daquele que se apega á futuro e passado está sempre evitando os infortúnios pelos quais ele já passou, pois sua boa memória o alertará do perigo eminente. Ele também poderá contar com uma alegria adicional quando perceber que seu sonho se aproxima, pois assim que uma situação que parece levar até seu objetivo se apresenta, a alegria do presente se soma com a alegria do futuro, fazendo o desfrutar de uam amostra da incrível sensação que é ter um sonho realizado. Entretanto, os sonhos desse tipo de pessoa são frágeis e podem estar sob ameaça á qualquer sinal de infortúnio. Qualquer coisa que "pareça" uma desgraça, ou pele menos lembra uma, será descartada no medo de perder aquilo que ainda nem se tem. O novo caminho é evitado apenas por "parecer" levar para um lugar diferente do que aquele que se deseja chegar.

O dilema então é: experimentar, desconsiderando riscos? Ou retroceder, desperdiçando possíveis oportunidades? Observar as situações através daquilo que elas podem vir a ser ou aquilo que elas são?Longo prazo ou curto prazo? Utilizar o passado como guia ou presumir que cada pessoa e cada situação é diferente?

Qual das duas posturas é mais adequada para garantir nossa felicidade? E se há uma terceira entre as duas, onde ela se encontra e como praticá-la?

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