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domingo, 11 de dezembro de 2011

Metáfora XVII


No mundo de hoje, apesar de reclamarmos de políticos corruptos e donos de empresa gananciosos, nós temos também uma certa dose de egoísmo de vez em quando. E nas relações sociais hoje, há vezes em que o conceito do que é certo e o que é errado não coincide com aquilo que é vantajoso e o que é desvantajoso. Existem pequenas situações em que o custo benefício aponta para o imoral e nós, presumindo que nossas ações não serão muito destrutivas, o fazemos mesmo assim.

Mas há pouquíssimas pessoas que, por fatores de criação ou experiência pessoal, seguem princípios de maneira um pouco mais rígida que o resto do mundo. Pessoas que não comprariam DVD's piratas, nunca baixariam uma música ilegalmente, nunca usariam falhas nas leis e normas a seu favor e nunca prejudicariam os outros em benefício próprio. Essas pessoas são raras, justamente porque hoje, na sociedade em que vivemos, decidir não comprar produtos piratas, por exemplo, significa gastar muito mais dinheiro com originais. Essa pessoa não está sendo premiada ou reconhecida por ser ética e comprar originais, ninguém está dando mérito ou validação social á ela por causa disso, portanto, olhando de um ponto de vista prático, é uma postura que só trás desvantagem, certo?

O bom cidadão seria então um trouxa que tem mais trabalho que os outros em seguir leis e gasta mais dinheiro porque não se aproveita de situações vantajosas. Ele é visto como um perdedor que segue regras inúteis e cultiva valores mortos, que não trarão reconhecimento para ele.

Mas isso é o que a maioria das pessoas costuma pensar, não todas. Pois bom cidadão reconhece bom cidadão. As pessoas que cultivam certas virtudes sabem as encontrar nos outros. Além do mais, o cidadão comum nunca saberá a tranquilidade, paz de espírito e consciência limpa da qual o bom cidadão desfruta. O orgulho que ele tem de seguir seus princípios, a alegria que ele tem de olhar para sua coleção de DVD's e saber que são todos originais, de olhar para seu dinheiro e saber foi tudo honestamente ganho, de olhar para sua posição social e saber que nenhuma regra foi violada para que ele chegasse até lá.

O bom cidadão sabe que custa caro ser honesto, sabe que dá trabalho não tirar vantagem de ninguém, ele sabe que escolheu o caminho difícil, e é por isso mesmo que ele tem tanto orgulho de ser como é, porque sua felicidade jaz justamente no esforço adicional que ele despeende para ser o incorruptível entre os corruptos, o fiel entre os traidores, o honesto entre os dissimulados...

o farol em meio a escuridão.

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